Dez países das Américas criam redes de ação em Nutrição
Data de Publicação: 15 de maio de 2018
Crédito da Matéria: Assessoria imprensa - CRN-2
Fonte: OPAS/OMS
Dez países das Américas criaram duas redes de ação para compartilhamento de experiências exitosas em nutrição. A decisão foi tomada no dia 4 de maio, em um encontro na sede da Representação da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, em Brasília.
Ambas as redes são lideradas Brasil. Uma delas busca a difusão de guias alimentares para redução do consumo de alimentos ultraprocessados, com o objetivo de prevenir a obesidade e diminuir o surgimento de doenças crônicas. A outra tem a intenção de reduzir o consumo de sódio pela população, a fim de evitar e controlar doenças cardiovasculares – incluindo ações de educação alimentar e nutricional e negociações com a indústria de alimentos. Essas redes se somam a uma terceira, liderada pelo Chile, sobre regulação de ambientes alimentares.
"As redes de ação são coligações de países, plataformas geopolíticas da cooperação sul-sul, voltadas a promover a criação e o fortalecimento de políticas e legislações, fomentar iniciativas de cooperação técnica e compartilhar boas práticas em temas específicos”, afirmou Joaquín Molina, representante da OPAS/OMS no Brasil.
Essas redes foram criadas no âmbito da Década de Ação das Nações Unidas sobre Nutrição (2016-2025), proclamada em abril de 2016 pela Assembleia Geral das Nações Unidas. A resolução tem o objetivo de desencadear uma ação intensificada para acabar com a fome e erradicar a má nutrição em todo o mundo, além de assegurar o acesso universal a dietas mais saudáveis e sustentáveis para todas as pessoas, sejam elas quem forem e onde quer que vivam.
Participaram do evento membros da Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, México, Peru e Uruguai, além da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e dos Ministérios da Saúde, Educação e Desenvolvimento Social do Brasil.
Compromissos ‘SMART’
Em maio de 2017, o Brasil se tornou o primeiro país a assumir compromissos "SMART” (na sigla em inglês: específicos, mensuráveis, atingíveis, relevantes e com prazo) como parte da Década de Ação das Nações Unidas para a Nutrição. O anúncio foi feito em Genebra, no primeiro dia da 70ª Assembleia Mundial da Saúde.
Na ocasião, o país assumiu o compromisso de atingir três metas até 2019: deter o crescimento da obesidade na população adulta (que atualmente está em 20,8%); reduzir o consumo regular de bebidas adoçadas com açúcar em pelo menos 30% na população adulta; e ampliar em no mínimo 17,8% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente.
Alimentação saudável
Para a OPAS/OMS, a base da alimentação deve ser feita de alimentos in natura e minimamente processados. Alimentos in natura são aqueles obtidos diretamente de plantas ou de animais e adquiridos para consumo sem que tenham sofrido qualquer alteração após deixarem a natureza, como folhas e frutos ou ovos e leite. Alimentos minimamente processados são alimentos in natura que foram submetidos a alterações mínimas, a exemplo dos grãos secos polidos ou moídos na forma de farinhas, cortes de carne resfriados ou congelados e leite pasteurizado.
Os alimentos processados (queijo, pães, geleias, frutas em calda) são produtos relativamente simples, fabricados essencialmente com a adição de sódio ou açúcar ou outra substância de uso culinário, a exemplo do óleo, a um alimento in natura ou minimamente processado. Devem ser consumidos em pequenas quantidades e como ingredientes ou parte de refeições baseadas em alimentos in natura ou minimamente processados.
Outra prática essencial é evitar os alimentos ultraprocessados, que estão fortemente associados a sobrepeso, obesidade e doenças crônicas não transmissíveis. Entre eles, estão vários tipos de biscoitos, sorvetes, misturas para bolo, barras de cereal, sopas, temperos e macarrões "instantâneos”, salgadinhos "de pacote”, refrescos, refrigerantes, iogurtes e bebidas lácteas adoçadas e aromatizadas.
Fonte: OPAS/OMS