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O preço da praticidade: qual o custo de optar por alimentos picados


Data de Publicação: 6 de agosto de 2015
Crédito da Matéria: Assessoria de Imprensa - CRN-2
Fonte: Zero Hora


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A foto de uma bergamota descascada com os gomos já separados e embalados com filme plástico em uma bandeja de isopor — à venda em uma rede de supermercados —viralizou na internet, levantando discussões sobre o limiar entre a preguiça e a praticidade, puxões de orelha na "geração que não quer sujar as mãos" e críticas do ponto de vista ecológico.

Seja como for, a imagem é o retrato de uma tendência que ganha espaço nas prateleiras e no carrinho de compras dos consumidores: as frutas, verduras e carnes previamente porcionadas e acondicionadas de modo a economizar trabalho de quem as leva para casa. São os chamados produtos minimamente processados. Na Capital, as principais redes de supermercados oferecem tanto produtos manipulados pelas próprias lojas quanto alimentos picados e embalados diretos do fornecedor.

— O cliente vem buscando a praticidade, mas ela tem seu preço. O público que pode comprar esse tipo de produto representa mais ou menos 20% dos clientes. São consumidores que têm renda, que podem escolher o tipo de alimento e que estão dispostos a pagar o preço — afirma Antônio Cesa Longo, presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas). 

Mas não é só no bolso que o consumidor pode sentir a influência desses produtos. Será que existe diferença nutricional entre uma fruta picada e uma in natura? Qua é a melhor opção para consumo? Será que conseguimos reciclar todas essas novas embalagens individuais feitas para atender essa demanda?

O preço da praticidade na saúde

Descubra quais as diferenças nutricionais entre alimentos picados e inteiros

A questão nutricional é um dos pontos que devem ser levados em consideração na hora de escolher entre um produto in natura ou sua opção picada ou descascada. A professora de Nutrição da PUCRS Rochele Quadros Rodrigues, mestre em Tecnologia dos Alimentos, destaca que o processamento mínimo de frutas e verduras resulta em perdas nutricionais, principalmente quando se lavam os alimentos.

— Após ser descascada, uma verdura ou fruta é lavada antes de ser embalada. Esse processo de lavagem varre parte dos minerais e vitaminas do alimento. Outro problema é que, com o corte e descasque do alimento, existe uma maior exposição à luz e ao ar, e consequentemente ocorre a oxidação da vitamina A e C — explica Rochele.

A nutricionista do Hospital Moinhos de Vento Débora Schneck destaca que quando o assunto é carne, não existe diferença nutricional entre a peça inteira e sua versão cortada . Entretanto, o consumidor precisa ter cuidado com a parte microbiológica:

— É preciso destacar que quanto maior a manipulação de um alimento, maior o risco de contaminação. A questão de segurança alimentar é muito importante e o consumidor deve estar atento a procedência do alimento e se o supermercado o manipula corretamente, dentro dos padrões de higiene.

A nova edição do Guia Alimentar da População Brasileira , editada pelo Ministério da Saúde, sugere o consumo de alimentos in natura, que têm maior teor de nutrientes e afirma que, quanto menos processamento, melhor o alimento é para a saúde.

Mas, à parte a perda nutricional, as especialistas apontam algum benefício nessa tendência.

— Muitas pessoas não incluem mais frutas e legumes em sua dieta pelo grande tempo que a preparação destas envolvem. O lado bom dessa nova onda de produtos é que, devido à praticidade, mais pessoas vão comer melhor — afirma a nutricionista Débora.


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