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Refeições escolares terão redução de sal, açúcar e gordura


Data de Publicação: 28 de março de 2013
Crédito da Matéria: Assessoria imprensa - CRN-2
Fonte: Secretária da Educação de Porto Alegre


Responsáveis trabalharão para reduzir índices pela metade

Novas ações para qualificação da alimentação escolar foram apresentadas, nesta quarta-feira, 27, para 50 técnicas em nutrição que atuam nas escolas municipais. O encontro ocorreu na Secretaria Municipal de Educação (Smed), no Centro Histórico, para abordar o planejamento para a redução das taxas de sal, açúcar e gordura na alimentação dos estudantes. 

Foram discutidas questões relativas aos objetivos da proposta, além de orientações técnicas para execução do plano de metas da equipe de Nutrição da Smed. A perspectiva é de redução dos índices pela metade até julho, por meio de instruções para que as técnicas utilizem a menor quantidade possível de sal, açúcar e gordura na elaboração das refeições, evitando o exagero. Também foi mostrado mapa de prestação de contas de consumo de gêneros, por escola.

Além disso, houve exibição do documentário “Muito além do peso”, produção nacional realizada em 2012, caracterizada como retrato fiel e panorâmico da obesidade, considerada a maior epidemia infantil da história. O filme enfocou aspectos alarmantes relativos aos maus hábitos de consumo alimentar, principalmente de crianças e jovens, resultando em inúmeras doenças, como depressão, diabetes e até câncer. 

A película também apontou relatos de especialistas, além de indicações para alternativas saudáveis de reeducação alimentar. Após, houve debate entre técnicas e assessoras de Nutrição da Smed. De acordo com a coordenadora do setor na Smed, Annelise Barreto Krause, a iniciativa partiu de levantamento que apontou que, nas Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis), o consumo médio entre as crianças chega a 14,4 g/dia de açúcar e 14,5 g/dia de óleo. Além disso, o consumo médio de sal atinge 5,3g/dia, que é a recomendação diária para um adulto.

Para Annelise, o mais importante é tornar as escolas parceiras das intenções de introdução de novos hábitos alimentares na comunidade escolar, além de incluir ações executadas em parceria com a rede de saúde. “A Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre constitui, atualmente, referência nacional com histórico de premiações conquistadas em projetos de alimentação escolar”, destacou. 

No mesmo sentido, outras medidas também têm sido tomadas, como adequação e organização dos horários das refeições nas escolas, a troca do sal por outros temperos naturais e o aumento do uso de produtos integrais, como o arroz, entre os alimentos servidos. Nos últimos três anos, o setor de Nutrição também dá prioridade, em suas licitações, a alimentos provenientes de agricultura familiar da região de Porto Alegre e também orgânicos, como o suco de tangerina, por exemplo, que passaram de 11% pra 26% dos produtos adquiridos em 2012 com recursos federais.

Outros alimentos – Também estão sendo inseridos nas refeições produtos como o iogurte e um tipo de floco de milho, que mistura flocos naturais e outros com açúcar mascavo, em substituição ao tradicional, açucarado. E, no turno da manhã, foi instituído novo horário de alimentação, entre o café da manhã, servido antes das aulas, e o almoço, ofertado depois. Desde o início do ano letivo, os alunos das Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emefs) recebem fruta variada durante o recreio. “A aceitação tem sido ótima, já vemos até os estudantes do turno da tarde pedindo por frutas no recreio também, o que pra nós é um sonho”, comemora Annelise.

O esforço do setor de Nutrição da Smed, que serve quatro refeições por dia nas Emeis (cinco para as crianças de berçário), além de três no turno da manhã e duas no turno da tarde nas Emefs, tem também o objetivo de diminuir os problemas acarretados pelo peso entre os estudantes. Em levantamento realizado com alunos das escolas infantis e mais de 11 mil do Ensino Fundamental, mais de 13% foram diagnosticados com obesidade, enquanto a média nacional é de cerca de 6%. 

Para isso, outras duas medidas estão em andamento. A primeira delas é a expansão do projeto “Amamentar é Tri”, que distribui kits com instruções, potes, isopor e copos para que as mães possam armazenar e conservar leite materno, depois servido ao filho na escola. 

Em abril, também serão postas em prática ações relativas a convênio firmado pela Smed com a Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que possibilitará que a avaliação antropométrica, já realizada nas Emeis, passe a contar com a medição do perímetro abdominal e da pressão arterial das crianças, além de questionário sobre hábitos alimentares para os pais. Depois, a partir dos resultados, trabalho de prevenção será realizado com famílias e comunidades.

Prêmio – Em dezembro, a prefeitura foi premiada na categoria “Eficiência e Educação Alimentar e Nutricional” na 9ª edição do Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar, realizado pela Organização Não-Governamental Ação Fome Zero. Porto Alegre, que já havia sido premiada em 2005 e 2009 na atividade de avaliação, seleção e divulgação de boas gestões públicas municipais do Plano Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), foi uma das duas únicas capitais brasileiras agraciadas, assim como Rio Branco, no Acre.


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