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8 de Abril - Dia Mundial de Combate ao Câncer


Data de Publicação: 7 de abril de 2021
Crédito da Matéria: Maíra Pereira Perez CRN-2 6801


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   O Dia Mundial de Combate ao Câncer, comemorado em 8 de Abril, foi criado pela União Internacional de Controle do Câncer (UICC - Union For International Cancer Control). A data serve para conscientizar a população sobre os cuidados de prevenção e torna-se ainda mais relevante porque a epidemia global da patologia tende a aumentar nos próximos anos. 
 
   A doença representa um dos principais problemas de saúde pública no mundo e os dados de 2018 registraram a ocorrência de 17 milhões de casos novos e 9,5 milhões de mortes (excluindo os casos de câncer de pele não-melanoma). Aproximadamente 70% destas mortes ocorrem em países de baixa e média renda. Estima-se que até 3,7 milhões de vidas poderiam ser salvas a cada ano pela implementação de estratégias adequadas de prevenção, detecção precoce e tratamento.
 
   No Brasil, estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) para o triênio 2020-2022 apontam que ocorrerão 625 mil novos casos de câncer ao ano no país. A distribuição desses varia conforme a região. No Rio Grande do Sul, o padrão da incidência mostra predominância de cânceres de próstata, mama, bem como o de pulmão e de intestino.
 
Fonte: INCA. Estimativa 2020: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2019.
 
Prevenção do Câncer
 
   Sendo o câncer um problema de saúde pública, merece ações e políticas públicas para a prevenção da doença e para a promoção da saúde. Todos setores da sociedade têm um papel a desempenhar no estímulo à mudança, incluindo formuladores de políticas, cientistas, profissionais de saúde e sociedade civil.
 
   O objetivo da prevenção primária é impedir que o câncer se desenvolva. Isso inclui evitar a exposição aos fatores de risco da doença e a adoção de um modo de vida saudável. Acredita-se que com a utilização destas estratégias, entre 30% e 50% dos cânceres poderiam ser prevenidos. O objetivo da prevenção secundária é detectar e tratar doenças pré-malignas ou cânceres assintomáticos iniciais.
 
   Quanto aos principais fatores de risco, destaca-se cinco que são potencialmente modificáveis: consumo de tabaco e de álcool, obesidade, dieta pouco saudável e a inatividade física, todos também relacionados ao risco de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT).
 
   Mas vale ressaltar que estudos apontaram que mais de 90% da população reconhece o tabagismo como importante fator de risco para o desenvolvimento de câncer, enquanto aproximadamente 50% desconhece a relação causal da doença com a má alimentação, a inatividade física e o excesso de peso corporal. 
 
Nutrição e Câncer
   Garantir uma nutrição adequada e apropriada é essencial para todo ser humano, e conhecer os mecanismos pelos quais o estado nutricional influencia o desenvolvimento da doença oncológica, seu prognóstico e a resposta ao tratamento, auxilia no atendimento clínico e nas orientações baseadas em evidências aos indivíduos e populações.
 
   Quando falamos de prevenção, diversos estudos vêm sendo publicados para melhor entender como o estilo de vida pode influenciar o risco de câncer, seu tratamento e sobrevivência, e isso inclui fatores relacionados à dieta, nutrição e atividade física.
 
   Segundo material publicado pelo INCA em 2020 "Dieta, nutrição, atividade física e câncer: uma perspectiva global – um resumo do terceiro relatório de especialistas com uma perspectiva brasileira”, versão adaptada e ampliada do resumo do III Relatório de Especialistas do Fundo Mundial de Pesquisa em Câncer (WCRF – World Cancer Research Fund) e do Instituto Americano para Pesquisa em Câncer (AICR –  American Institute for Cancer Research), podemos destacar dez recomendações: 
 
• Ter um peso corporal saudável. 
• Ser fisicamente ativo como parte da rotina diária, evitando o sedentarismo. 
• Consumir uma dieta rica em cereais integrais, vegetais, frutas e leguminosas. Recomenda-se 5 porções diárias (400g/dia) ou pelo menos 30g de fibras dietéticas ao dia.
• Limitar o consumo de fast food e outros alimentos processados ricos em gordura, amidos ou açúcares. 
• Limitar o consumo de carne vermelha, que não deve ultrapassar 3 porções semanais (ou até 500g/semana). Consumir pouca ou nenhuma quantidade de carne processada.
• Limitar o consumo de bebidas açucaradas.
• Limitar o consumo de bebidas alcoólicas.
• Evitar o consumo de chimarrão em temperatura superior a 60 °C.
• Não usar suplementos para prevenção do câncer.
• Para as mães: amamentar seu bebê, se puder.
• Após um diagnóstico de câncer: seguir as recomendações acima. A prevenção da recidiva é primordial.
 
   É importante enfatizar que as recomendações devem ser trabalhadas em conjunto e adotadas como um estilo de vida. A alimentação equilibrada associada à prática de atividade física são estratégias fundamentais para minimizar o risco de desenvolvimento do câncer, outras DCNT e obesidade, contribuindo para uma vida mais saudável.

 
 
 
 
*Maíra é Coordenadora de Nutrição Assistencial da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.
Mestre em Ciências em Gastroenterologia e Hepatologia pela UFRGS.
Especialista em Nutrição Oncológica pelo Hospital Moinhos de Vento.
Especialista em Nutrição Clínica pela ASBRAN.
 

Referências
1.American Institute for Cancer Research. AICR 2017: Cancer Risk Awareness Survey Report [Internet]. Arlington; 2017 Jan [cited 2019 Aug 7]. Available from: http://www.aicr.org/cancer-research-update/2017/02_08/cru-fewer-than-halfof-Americans-know-alcohol-processed-meats-affect-cancer-risk.html.
2.BRAY, F. et al. Global cancer statistics 2018: GLOBOCAN estimates of incidence and mortality worldwide for 36 cancers in 185 countries. CA: a cancer journal for clinicians, Hoboken, v. 68, n. 6, p. 394-424, Nov. 2018.
3.FERLAY, J. et al. (ed.). Cancer today. Lyon, France: International Agency for Research on Cancer, 2018. (IARC CAncerBase, n. 15). Available at: https://publications.iarc.fr/Databases/Iarc-Cancerbases/Cancer-Today-Powered-By-GLOBOCAN-2018--2018.
4.GBD 2015 Risk Factors Collaborators. Global, regional, and national comparative risk assessment of 79 behavioural, environmental and occupational, and metabolic risks or clusters of risks, 1990-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015. Lancet. 2016 Oct; 388 (10053):1659-1724.
5.https://www.uicc.org/blog/nutrition-and-cancer-fostering-global-community
6.INCA. Estimativa 2020 : incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. – Rio de Janeiro : INCA, 2019.
7.INCA. Dieta, nutrição, atividade física e câncer : uma perspectiva global : um resumo do terceiro relatório de especialistas com uma perspectiva brasileira / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. – Rio de Janeiro : INCA, 2020.
8.Wiseman MJ. Nutrition and cancer: prevention and survival. Br J Nutr. 2019 Sep 14;122(5):481-487.


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