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Debate sobre conscientização alimentar abre Semana da Alimentação


Data de Publicação: 17 de outubro de 2017
Crédito da Matéria: Assessoria imprensa - CRN-2


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No Dia Mundial da Alimentação, 16 de outubro, aconteceu o "Seminário sobre consciência alimentar", evento que abriu a programação da 15ª Semana da Alimentação do Rio Grande do Sul. O Seminário, que ocorreu no Teatro Dante Barone, da Assembleia Legislativa RS, teve como tema "Rumo à consciência alimentar",com o objetivo de promover reflexões e ações no sentido do que possa representar essa consciência nas pessoas, comunidades e organizações, tanto nos aspectos de demonstração do que está feito no Estado como no país, como do que se pode e deve fazer para geração e aperfeiçoamento de políticas públicas comprometidas. Várias atividades estão previstas na Capital e Interior até o próximo domingo (22/10). Veja: o V Seminário Temático do CRN-2: Comportamento Alimentar. Veja: outras programações.

 

   Durante a abertura oficial do Seminário, o coordenador da comissão organizadora, Edni Schroeder, afirmou que as pessoas precisam conhecer o alimento que consomem, saber de onde vem e como é produzido. "Para então poder decidir o que é melhor. A produção orgânica e agroecológica tem tudo a ver com alimentação saudável e melhor qualidade de vida. Essa reflexão e conscientização precisamos provocar na sociedade". 

 

   A presidente do CRN-2, Glaube Riegel, reafirmou a importância da Semana da Alimentação para a segurança alimentar e nutricional da população gaúcha. Lembrou que o Brasil está voltando ao "Mapa da Fome” e que isto é preocupante. "Espero que iniciativas como esta, que acontece em todo o RS, possa servir de referência a outros estados que ainda não promovem eventos desta grandeza”.

   

   Já o diretor técnico da Emater/RS, Lino Moura, afirma que a Instituição trabalha há décadas com essas questões de segurança e soberania alimentar nos 493 municípios de sua abrangência no Estado. "Infelizmente apenas 25 municípios gaúchos contam com Conselhos de Alimentação. As cidades até podem discutir essa questão em outros áreas, mas o baixo número de conselhos específicos demonstra que o tema ainda não foi incluído com firmeza em nossa comunidade". 

 

   Autor da lei aprovada por unanimidade, em 2016, que instituiu a Semana Estadual da Alimentação no RS, o presidente da Assembleia Legislativa, Edegar Pretto, também tem um projeto de lei que proíbe a pulverização aérea das lavouras. "O veneno colocado sobre as plantações, acaba também matando o rebanho de agricultores vizinhos e prejudicando a saúde das pessoas que trabalham no campo". Pretto também quer conscientizar e incentivar o consumo de alimentos saudáveis por meio da proposta para realização de uma feira orgânica semanal na Legislativo gaúcho. 

 

   Fizeram parte, ainda, da mesa de abertura, representantes das demais entidades promotoras do seminário. O presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Consea/RS), Henrique Schuster; a representante do Fórum Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Fesan/RS), Melissa Bargmann; o secretário adjunto e diretor geral da Secretaria de Desenvolvimento Social, Trabalho, Justiça e Direitos Humanos e Câmara Intersetoriais de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan/RS), Darci Lauermann. 

 

Palestras

   Após a abertura, o diretor da FAO/ONU/Regional Sul, Carlos Biasi, falou sobre a visão da FAO em relação à consciência alimentar; o presidente da Associação Gaúcha de Proteção do Ambiente Natural (Agapan), Francisco Milanez, abordou a "Comida que comemos e não vemos!”; a procuradora de Justiça do Ministério Público, Miriam Balestro, palestrou sobre a violação do direito à alimentação e justiça intergerencional; e a nutricionista da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre e representante da Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, Annelise Krause, explanou sobre o conflito de interesses no trato com os alimentos.

 

   Biasi destacou que o desperdício de alimentos também tem sérias implicações em nosso país. "Todo esse alimento desperdiçado, poderia estar matando a fome de quem não tem o que comer. No Brasil, e no mundo, não falta alimento, ele apenas é mal distribuído, conforme a má distribuição de renda também", explicou o diretor da FAO/ONU/Regional Sul. Ele destacou que o Brasil está entre os 10 países que mais descartam alimento no mundo. "São 41 mil toneladas por dia, o que daria para alimentar 25 milhões de pessoas (13% da população brasileira). E no mundo, são 15 milhões de toneladas desperdiçadas por ano, que alimentariam 9 bilhões de pessoas em um único dia ou toda a população do Brasil por 47 dias", acrescentou. Segundo Biasi, propor uma reflexão sobre o papel das pessoas e instituições na diminuição do desperdício também é uma ação de segurança e soberania alimentar. 

 

   Milanez mostrou que os alimentos convencionais, hoje em dia, apresentam perda de nutrientes; são baratos (misturas ruins); contaminados; desequilibrados; com menos minerais; irradiados; produzidos com exploração humana, destruição humana e cultural; têm mais aditivos; poluentes ambientais; mais processados; tem embalagens degradantes e contaminantes (plásticos); transgênicos (contaminação genética). Já os alimentos orgânicos são livres de contaminação de agrotóxicos, transgênicos e outras substâncias químicas, como conservantes. Nesta perspectiva, os animais são bem alimentados (solos e rações orgânicas). "Segurança alimentar não é apenas garantir alimento, mas sim alimento de qualidade. Não adianta substituir a doença da subnutrição, por tantas outras, como por exemplo, câncer, déficit de atenção e autismo, causadas pela intoxicação química", finalizou.

 

   Annelise Krause, que também falou pela Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar – International Baby Food Action Network (IBFAN), abordou a ação das instituições que representa, com destaque para iniciativas por escolhas alimentares saudáveis e com enfrentamento às questões de conflitos de interesse. Exemplificou algumas campanhas publicitárias que apresentam personalidades, em alguns momentos fazendo comerciais a favor do aleitamento materno e outros com produtos ultraprocessados. A nutricionista sugeriu que o profissionais da saúde devam ter um papel de enfrentamento a todo este lobby, de alimentos não saudáveis e cada um fazer a sua parte.

Anelise evidenciou, ainda, o Guia Alimentar para a População Brasileira, que veio com o conceito de "comida de verdade”, alertando sobre produtos ultraprocessados, com excesso de sódio, açúcar e gorduras. 

 

Jornalista Janice Benck

Texto: elaborado a partir conteúdo do hotsite Semana da Alimentação (Jornalista Taline Schneider)


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