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Doença Celíaca e atuação do nutricionista


Data de Publicação: 13 de setembro de 2017
Crédito da Matéria: Assessoria imprensa - CRN-2


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Um cenário que apresenta dietas sem glúten como sinônimo de alimentação saudável (com pessoas optando por excluir esta proteína indiscriminadamente), somado a um mercado de produção de alimentos industrializados e de consumo imediato, pede uma reflexão dos profissionais da Nutrição sobre a segurança do alimento para as pessoas portadoras de doença celíaca, de alergias ao trigo, e sensibilidade ao glúten não celíaca (saiba mais).   

 

   "A Doença Celíaca (DC) é uma doença autoimune, causada pela intolerância permanente ao glúten - principal fração protéica presente no trigo, centeio e cevada - e que se expressa por enteropatia mediada por linfócitos T, em indivíduos geneticamente predispostos.”*

 

   É uma patologia ainda cercada por tabus como: ser uma doença rara que ocorre em crianças com sintomas de desequilíbrio gastrointestinais. No entanto, hoje sabe-se que esta acomete aproximadamente 1% da população, e pode manifestar-se em qualquer fase da vida nos indivíduos portadores de genes específicos para desenvolver esta intolerância. Manifestada a doença, ela é considerada crônica, permanente e o único tratamento é uma alimentação isenta de glúten. 

 

   A DC tem várias formas de manifestações, além dos sintomas gastrointestinais, sendo de difícil diagnóstico, apesar dos sintomas definidos como "não clássicos " serem divulgados em diretrizes internacionais e protocolo do Ministério da Saúde, assim como os métodos de diagnóstico. 

 

   Os portadores de DC, com sintomas manifestos, peregrinam por muitos anos nos serviços de saúde até obterem o diagnóstico definitivo, desenvolvendo patologias secundárias, como anemia ferropriva, osteoporose, e outras decorrente de carências de vitaminas e minerais, em consequência da diminuição da capacidade absortiva,  assim como podem desenvolver doenças graves, como câncer de intestino.

 

Manifestações 

As manifestações da DC dividem-se em: clássicas, não clássicas e assintomáticos (saiba mais)

 

• A epidemiologia da DC tem características de iceberg - há muitos mais casos não diagnosticados (abaixo da linha d''água) que diagnosticados (acima da linha d''água). 

• Os riscos são muito maiores em parentes de primeiro grau (até 10%) e menos aumentados em parentes de segundo grau, portadores de diabetes e outras doenças auto-imunes, de síndrome de Down e de diversas outras doenças associadas. 

• A fertilidade está afetada em alguns grupos de pacientes. 

• Um quadro clínico severo pode se desenvolver durante a gravidez ou puerpério em até 17% das mulheres com DC 

 

Nutricionista nos cuidados ao portador de DC  

 

   É uma patologia que requer atenção multidisciplinar por profissionais especializados. Uma vez diagnosticada, é necessária avaliação criteriosa do estado nutricional para correção de carências nutricionais. Também imprescindível realizar educação alimentar, visando orientação com a alimentação em casa e com familiares não portadores de DC, os quais consomem alimentos com glúten. Isto porque equipamentos manipulados em alimentação, como torradeiras e talheres, não podem ser compartilhados com alimentos sem glúten, pois haverá resíduos desta proteína em quantidade suficiente para desencadear reação típicas.

 

   O nutricionista deve também orientar a escolha dos locais em que o celíaco pode fazer suas refeições e lanches fora do lar, para que se certifique com garçons, maitres, etc, se podem servir uma refeição ou lanche efetivamente isento de glúten

 

Contaminação cruzada

 

   Serviços de produção de refeições como hospitais, escolas, empresas que fornecem refeições para indústrias e outros, que tenham que oferecer refeições para portadores de restrições alimentares e DC, bem como estabelecimentos comerciais que se dispõem a oferecer aos clientes pratos isentos de glúten ou precisam atender outras restrições alimentares como alergias e intolerâncias, devem implantar um sistema de gestão e monitoramento de alérgenos e glúten baseado em instrumentos validados para prevenir a contaminação cruzada e garantir um alimento seguro para os portadores.

 

 

Dia 13 de setembro – Dia Municipal do Celíaco

Instituído no município de Porto Alegre, a partir da Lei 12.031/2016, o Dia Municipal do Celíaco oportuniza ocasião para reflexão e debate sobre a responsabilidade do nutricionista, como o principal agente para controle da doença celíaca, nas áreas educacionais, de nutrição clínica e de produção de refeições.

 

 

*Fontes: - World GastroenterologyOrganisationPracticeGuidelines: Doença Celíaca  - 2016

- http://conselho.saude.gov.br/Web_comissoes/cian/protocolo_celiaco.html

- http://www.riosemgluten.com/check_list_sem_gluten_restaurantes_priscila_farage_2016.pdf 


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