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Ano Internacional das Leguminosas


Data de Publicação: 28 de abril de 2016
Crédito da Matéria: Assessoria imprensa - CRN-2
Fotos: Assessoria imprensa - CRN-2


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Ano Internacional das Leguminosas
 
Ao declarar 2016 como "Ano Internacional das Leguminosas”, a ONU, através da FAO - Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, quer incentivar atividades colaborativas com governos, empresas, entidades civis e organizações não governamentais para aumentar a consciência pública sobre os benefícios nutricionais destes grãos, sobretudo como parte da produção sustentável de alimentos voltados para a segurança alimentar e nutrição. 
O evento internacional cria oportunidades para facilitar trocas de experiências técnicas e conexões de negócio com esta importante cadeia produtiva de alimentos de origem vegetal. Por consequência vem induzir o aumento da sua produção e consumo, a nível mundial, aprimorar as rotações de culturas nas lavouras, buscar novas tecnologias no setor e fazer intercâmbios que possam melhorar o seu consumo.
Espera-se que as atividades durante 2016 fortaleçam e coloquem as leguminosas como uma alternativa de produção para toda a agricultura familiar e no centro da dieta das pessoas e das discussões em torno da Agenda 2030 para o "Desenvolvimento Sustentável” e os "17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, recém-adotado pela ONU em Nova York”.
A diversificação na produção de alimentos, entre eles as leguminosas, pode desempenhar um papel importante na redução dos riscos de sistema alimentar global, concentrado nos cultivos de poucas "comodities” com parte crescente utilizada para a produção animal.
A FAO aposta em novas oportunidades de investimento e de adequação de politicas públicas de pesquisa, ater e crédito, para que estes produtos sejam colocadas no centro das estratégias de segurança alimentar e nutricionais dos governos. 
 
Que são leguminosas
E uma das maiores famílias botânica de ampla distribuição geográfica em todo o mundo.
Um das características das leguminosas é a ocorrência de frutos do tipo legumes, também conhecido como vagem, exclusiva deste grupo. As leguminosas tem importância na alimentação humana, animal, na adubação verde, além de espécies arbóreas presente nas florestas, no reflorestamento e no paisagismo.
Elas representam uma vasta família de plantas, incluindo mais de 600 gêneros e mais de 13 mil espécies. A produção das principais leguminosas comestíveis exceto a soja, somam mais de 60 milhões de toneladas.  
Conhecida na língua espanhola como "Legrumbes”, em inglês como "Pulse”, e no Brasil, leguminosas, são todas referencias de sementes (grãos) usadas para alimentar a raça humana, os animais do planeta com poder fabuloso de nutrir o solo. 
A Gastronomia popular em torno desta matéria prima saudável é muita rica e usada em varias partes do Mundo. Pratos milenares são hoje copiados e recriados por famosos "chefs” de cozinha.
 
Um pouco de história
O grupo bastante diversificado que vem sendo ingerido pelos homens é cultivado por civilizações em todo o mundo por mais de 10 mil anos.
As leguminosas realmente fizeram e fazem parte da história das civilizações. 
O feijão, juntamente com o milho, foi a base da alimentação primitiva dos povos incas, astecas e maias. 
Segundo conta a lenda, a lentilha é a mais antiga leguminosa consumida pelos povos do Mediterrâneo, que apreciavam a combinação deste alimento com trigo e cevada. Finalmente, na Ásia, conhecida por 'sustentar' o corpo, a soja é consumida com arroz há centenas de anos. 
No Brasil o feijão combinado com o arroz é a base da principal refeição dos brasileiros.
 
Exemplos de leguminosas comestiveis?
Entre as principais leguminosas comestíveis podemos destacar o feijão Phaseolus Vulgaris, originário da América Central é a principal leguminosa comestível em todo o mundo. 
Somente no Brasil temos 14 tipos: Azuki, Branco, Bolinha, Carioca, Fradinho, Jalo, Jalo Roxo, Moyashi, Preto, Rajado, Rosinha, Roxinha, Verde, Vermelho.
A produção mundial do feijão tem ficado nos últimos anos em 22 milhões de toneladas, sendo o Brasil, a India e Minanmar os três principais países produtores. 
A importância mundial do cultivo e consumo do feijão é apresentado no site do
Centro Tropical de Agricultura Tropical (CIAT): "Um prato de feijão é o elemento central da dieta de mais de 400 milhões de pessoas nos trópicos. O feijão comum (Phaseolus vulgaris) fornece um alimento altamente nutritivo que contém proteínas, fibras, carboidratos complexos, vitaminas e micronutrientes. Portanto, o feijão fortalece significativamente a segurança alimentar e nutricional entre os consumidores de baixa renda, reduzindo o risco de doença cardiovascular e diabetes.”
Além do feijão outras leguminosas comestíveis são: a lentilha, a ervilha, a fava, o grão de bico e a soja. 
A ervilha é consumida em grãos secos ou em vagens, com uma produção de mais de 20 milhões de toneladas. A Índia é o maior produtor mundial, seguido da China e da União Europeia.
A produção mundial de feijão vagem é de 6,5 milhões de toneladas. A China é o principal país produtor seguido pela Indonésia e Turquia.
A quarta leguminosa em produção é a lentilha, com uma produção mundial em torno de 4 milhões de toneladas. O Canadá, Índia, Turquia e Austrália são os principais países produtores. O Canadá é o maior exportador e a produção da Índia é toda destinada para o mercado interno.
A soja além das variedades adaptadas ao consumo humano, têm importância muito grande na produção de farelo, importante fonte proteica para a alimentação animal, de óleo comestível e no Brasil na produção de biodiesel. A produção mundial de soja é de 320 milhões de toneladas. Estados Unidos, Brasil, Argentina e China são os principais países produtores.
 
Importância das Leguminosas
Leguminosas são importantes por várias razões. Comer vegetais regularmente pode ajudar a melhorar a saúde e nutrição das pessoas devido ao seu alto teor de proteínas, fibras e minerais. 
Incluir as leguminosas em sistemas consorciados e ou utiliza-los como plantas de cobertura para melhorar a fertilidade do solo e reduzir a dependência de fertilizantes químicos para fixar nitrogênio e liberação de fósforo, contribuem para formação de um sistema de produção mais sustentável. 
Leguminosas também são importantes para manter e aperfeiçoar a produção em rotação de culturas entre leguminosas e cereais. Nestas rotações, a produção de grãos e a concentração de proteína bruta pode aumentar a produtividade por área plantada.
As leguminosas tem importância também na produção forrageira, alfafa, na produção de madeiras nobres como o jacarandá, a cerejeira, o jatobá entre outras além de espécies ornamentais.
Elas também representam uma fonte de proteína de baixo consumo de água: requerem apenas de 1/10 a 1/2 da água usada por outras fontes de proteína.
Desempenham benefícios sociais mais amplos. Em mercados em desenvolvimento, as leguminosas geralmente são cultivadas por pequenos agricultores, especialmente, mulheres, proporcionando a esses produtores rurais uma fonte adicional de alimento e renda. Impulsionar seu consumo global, quer dizer benefício certo e aumento de rendimentos entre essas famílias. 
 
Por que são as leguminosas são tão nutritivos, melhorando a saúde humama?
Leguminosas são ricas em nutrientes, e uma fantástica fonte de proteína, o que é particularmente importante para a saúde humana. Cerca de 20-25 por cento do peso dos legumes é formado por proteínas, representando o dobro do teor de proteína de trigo e três vezes superior ao do arroz. Quando ingerido junto com cereais a dieta a qualidade da proteína na dieta é significativamente melhorada , formando uma proteína completa.
As leguminosas são pobres em gordura e não contêm colesterol. O seu índice glicémico (um indicador do efeito do açúcar no sangue) também é baixo e são uma importante fonte de fibra dietética. Não contém glúten e são um alimento ideal para as pessoas com doença celíaca. Além disso, as leguminosas são ricas em minerais (ferro, magnésio, potássio, fósforo, zinco) e vitaminas do complexo B (tiamina, riboflavina, niacina, B6 e ácido fólico) desempenhando papel vital na saúde.
As leguminosas são uma parte importante de uma dieta saudável por seu alto teor de proteínas, fibras e outros nutrientes essenciais. O alto teor de ferro e zinco torna-os especialmente benéfica para mulheres e crianças com risco de anemia. Legumes também contêm compostos bioativos que mostram alguma evidência para ajudar a combater o câncer, diabetes e doenças cardíacas. Algumas pesquisas indicam que comê-los regularmente também pode ajudar a controlar e combater a obesidade. 
Elas são ricas em proteínas, fibras, várias vitaminas e aminoácidos, e de fácil cultivo. É bom lembrar que são também parte da cesta básica usada pelo Programa Alimentar Mundial (World Food Programme) em estratégias de assistência alimentar. 
As leguminosas podem ajudar a melhorar a saúde humana e o bem-estar, incluindo controle de diabetes, redução de doenças cardíacas e colesterol, e combate à anemia. Elas também são alimentos importantes em programas de controle de peso e representam uma usina de força nutritiva para o mundo desenvolvido e em desenvolvimento.
Com milhões de pessoas sofrendo globalmente de subnutrição aguda ou crônica e uma onda crescente de problemas de saúde vinculados a uma dieta pobre, o Ano Internacional das Leguminosas, visa a demonstrar o papel importante que esses alimentos ricos em nutrientes podem exercer no combate a fome. 
 
Como as leguminosas podem melhorar a segurança alimentar?
As leguminosas com suas sementes secas, podem ser armazenado por longos períodos de tempo, sem perder o seu valor nutricional, proporcionando mais flexibilidade e maior disponibilidade de alimentos entre as colheitas. Agricultores que cultivam leguminosas têm a opção vender sua colheita e separar parte da produção para o autoconsumo alimentar e ou sementes.
Também na produção animal a maior concentração de proteínas, nestes grãos, melhoram a saúde animal e a conversão alimentar. 
 
Como podem as múltiplas funções de legumes tornarem a agricultura mais sustentável?
Um atributo importante das leguminosas é sua capacidade de fixar biologicamente nitrogênio. Estas plantas, em simbiose com certos tipos de bactérias (por exemplo. Rhizobium, Bradyrhizobium), são capazes de transformar o nitrogênio atmosférico em compostos nitrogenados que podem ser utilizados por plantas em crescimento, assim melhorando a fertilidade do solo. Estimou-se que as leguminosas podem fixar entre 72 e 350 kg de nitrogênio por hectare por ano. Além disso, algumas espécies de leguminosas são capazes de libertar o fósforo no solo, que também desempenha um papel importante na nutrição plantas. Estas duas características são especialmente importantes para os sistemas de produção agrícola de baixos uso de insumos e os princípios agroecológicos, permitindo reduzir substancialmente o uso de fertilizantes. Ao mesmo tempo, as rotações incluindo leguminosas permitem a produção futura continuar no mesmo pedaço de terra. 
Leguminosas em sistemas consorciados não só permitem uma utilização mais eficiente das águas subterrâneas devido à estrutura de suas raízes, mas também podem reduzir o uso de pesticidas, e leguminosas com sistema radicular profundo, como o guandú- podendo fornecer água subterrânea para as espécies intercaladas. 
Finalmente, é importante notar que os legumes são muito versáteis e podem ser usados em diferentes sistemas de produção agrícola como rotações, consórcio, na produção de alimentos, e também no consumo intermediário das sucessivas culturas do sistema , como uma cultura de cobertura e de produção de adubos verdes.
 
Como leguminosas podem ajudar a mitigar a mudança climática?
As espécies leguminosas têm uma ampla diversidade genética que permite selecionar ou desenvolver variedades melhoradas: um atributo que é particularmente importante para a adaptação às alterações climáticas devido a esta ampla diversidade que permite obter variedades mais resistentes ao clima. Por exemplo, cientistas do Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT) trabalham atualmente no desenvolvimento de vegetais que sejam capazes de crescer em temperaturas acima da "zona de conforto" normal do cultivo. Como especialistas climáticos sugerem que o estresse calórico é a maior ameaça para a produção de feijão nas próximas décadas, essas variedades melhoradas de vegetais serão de vital importância, especialmente para os sistemas de produção agrícola de baixo uso de insumos.
Leguminosas podem ajudar a mitigar a mudança climática através da redução da dependência de fertilizantes sintéticos. A fabricação destes fertilizantes envolve a utilização intensiva de energia e emite gases com efeito de estufa na atmosfera, por conseguinte, o uso excessivo é prejudicial para o meio ambiente. Muitos legumes, muitas vezes promovem maiores taxas de acúmulo de carbono no solo do que os cereais ou pastagens. O processamento dos localmente também pode oferecer oportunidades adicionais de emprego em zonas rurais.

 


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