14 de Novembro - Dia Mundial do Diabetes
Data de Publicação: 12 de novembro de 2021
Crédito da Matéria: Priscila Amaral Koncimal de Ernesto, CRN2-13087
O Diabetes é uma doença mundialmente conhecida, no entanto não surge da noite para o dia e sim ao longo do tempo. Primeiro manifesta-se de modo silencioso, por um aumento discreto, a cada ano, nos níveis de açúcar no sangue. Muitas pessoas se enganam ao ver o resultado do exame de glicose em jejum no valor de 99mg/dL, pensam que estão 'bem' de glicose, porém esse valor é já um "pezinho" no pré-diabetes e, se não cuidarem, pode tornar-se um diagnóstico de Diabetes em pouco tempo.
Segundo dados atuais da Federação Internacional de Diabetes, aproximadamente uma a cada dez pessoas possui diagnóstico de diabetes e cerca de metade dessas ainda não está ciente deste resultado.
Antigamente, a incidência de novos diagnósticos de diabetes acontecia em populações com idade mais avançada.
Mas, por que, atualmente, até crianças têm recebido o diagnóstico de diabetes tipo 2?
Para responder essa pergunta primeiro precisamos definir os tipos de Diabetes:
Diabetes tipo 1 - diagnóstico mais frequente em crianças e adolescentes. É causado por um ataque do próprio corpo nas células produtoras de insulina (hormônio que é capaz de normalizar a quantidade de açúcar no sangue). Em até 10 anos de diagnóstico, não existe mais nada de produção de insulina, então é necessário a utilização permanente de insulina para manter os níveis de açúcar no sangue equilibrados.
Diabetes tipo 2 - é o tipo que atinge cerca de 90 a 95% de todos os casos de diabetes. É desenvolvido, principalmente, por hábitos inadequados na alimentação, sedentarismo, estresse excessivo, ansiedade, excesso de peso, deficiência nutricional (de vitamina D, cromo, zinco, vanádio e magnésio), histórico familiar, ganho de peso excessivo na gestação, desenvolvimento de diabetes gestacional, ter nascido com mais de 4kg.
Diabetes gestacional - ocorre devido a uma mudança nos hormônios que fazem o corpo ter resistência à ação da insulina.
O que justifica o crescente número de casos de diabetes tipo 2, até em crianças, são os maus hábitos no estilo de vida. As crianças de algumas décadas atrás "se movimentavam" muito mais do que as da geração atual. Os ultraprocessados (alimentação industrializada, de pacote) estão presentes na dieta das famílias, desde a classe baixa até a de mais alta renda.
Para frear este aumento de casos, é necessário fazer mudanças no estilo de vida.
Eu sempre oriento meus pacientes e divulgo nas minhas redes sociais que, sem dúvida, o melhor jeito de controlar a glicose é pela alimentação.
Comer é muito mais que ingerir nutrientes e micronutrientes, é um ato de amor próprio, é quando a família e amigos se reúnem. Então é preciso ressignificar o diagnóstico para uma busca por mais qualidade de vida, fazendo isso de um jeito prazeroso com a comida. Comer açúcar não é proibido, mas requer moderação no consumo.
Uma dica prática para iniciar o controle do diabetes é realizar substituições na alimentação.
Seguem aqui algumas opções de trocas inteligentes:
Açúcar (branco, demerara, mascavo ou light) |
PARA |
adoçante natural stevia, xilitol, eritritol ou taumatina; |
Comer rápido |
PARA |
mastigar bem os alimentos |
Arroz branco |
PARA |
arroz integral, negro, vermelho |
Suco natural de fruta |
PARA |
comer a fruta |
Macarrão |
PARA |
legumes refogado cortados fininhos |
Óleos refinados (soja/girassol/milho/canola) |
PARA |
azeite de oliva |
temperos prontos |
PARA |
sal marinho, temperos naturais (cebola, alho, etc) e desidratados (orégano, cúrcuma, pápricas, etc) |
refrigerante |
PARA |
água com gás com rodelas de limão, laranja e hortelã |
A boa notícia é que para todos os tipos de diabetes é possível fazer ajustes nos hábitos para ter uma glicose controlada. E, para atingir resultados bons e rápidos, é muito importante ter acompanhamento de nutricionista, educador físico e médico. Quanto mais cedo a glicose for controlada, há menos risco de desenvolver complicações do diabetes.
Ter diagnóstico de diabetes não é sentença de morte. É ter a possibilidade de abrir os olhos e desejar viver com saúde, por meio de uma alimentação adequada e escolhas corretas.
Nutricionista Priscila Amaral Koncimal de Ernesto, CRN2-13087
Graduada em Nutrição pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul/2015, Pós- graduada em Nutrição Clínica - Patologias|IPGS/2018
Atua em Nutrição Clínica: Diabetes tipo 1, Diabetes tipo 2, Diabetes Gestacional e Diabetes tipo Lada.
|