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Alimentação no verão: cuidados nutricionais com pessoas com mais de 60 anos


Data de Publicação: 1 de fevereiro de 2017
Crédito da Matéria: Assessoria imprensa - CRN-2


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Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, a população de pessoas com mais de 60 anos, que representava 9,8% em 2005, saltou para 14,3% em 2015. A expectativa de vida do brasileiro é 75,5 anos e dos gaúchos 77,2 (dados 2014). Destaca-se que há cem anos (início do século XX) a expectativa era de 33,4 anos. Segundo o IBGE haverá um aumento da proporção de idosos na população: em 2030, a projeção é de 18,6%, e, em 2060, de 33,7%, ou seja, a cada três pessoas na população uma terá ao menos 60 anos de idade. Ou seja, o envelhecimento da população é uma das principais mudanças deste século.

   Os dados também mostram que as pessoas se mantêm economicamente produtivas em uma idade mais avançada. E a tendência de aumentar a idade de aposentadoria exige atenção diferenciada quanto aos cuidados com a saúde, comportamento alimentar e alimentação. É importante adequar as alterações fisiológicas que ocorrem por volta dos 60 anos de idade e como elas repercutem em pessoas expostas ao stress da vida diária, das condições detrabalho, alimentação fora de casa, surgimento de doenças crônicas, uso de vários medicamentos e outras.

   Estas mudanças devem ser vistas sob as perspectivas sociais, culturais e da saúde. A alimentação perpassa estas três dimensões, o que exige dos profissionais da Nutrição, além do conhecimento técnico, uma análise da realidade deste segmento.

   Nutricionistas e profissionais de saúde devem desenvolver uma consciência gerontológica, para melhor compreensão do envelhecimento humano e para contribuir para uma vida autônoma e independente aos idosos.

Orientação para alimentação e nutrição

   Os cuidados nutricionais com as pessoas com mais de 60 anos iniciam com atenção à hidratação, principalmente no período de verão. O alerta é da nutricionista Josiane Siviero, CRN-2 4376, (foto abaixo à direita) doutora em Ciências da Saúde - ênfase em envelhecimento e mestre em Gerontologia Biomédica. Josiane, que é professora dos cursos de nutrição na Universidade de Caxias do Sul (UCS) e na Faculdade Cenecista de Bento Gonçalves (CNEC-BG), explica que com o passar dos anos a percepção da sede diminui e muitos idosos deixam de ingerir água na quantidade necessária. E ainda, segundo ela, eles passam a consumir mais refrigerantes, refrescos em pó e sucos industrializados.

   Entre as mudanças que podem interferir no consumo alimentar de pessoas acima de 60 anos, conforme Josiane, estão a diminuição de paladar, o comprometimento da saúde oral (mastigação e deglutição) e a polifarmácia. "Devido a atrofia das papilas gustativas, eles não percebem os sabores ou sentem estes com menor intensidade, podendo exagerar no consumo de alimentos açucarados e salgados”, ressalta a nutricionista. Fracionamento de carnes, consumo de vitaminas e sucos, cereais cozidos poderão ser necessários para alguns idosos devido à dificuldade de mastigação.

   A nutricionista salienta que a constipação (dificuldade de evacuação) pode estar presente em idosos, por isso é importante que as preparações sejam adequadas a esta faixa etária e que contenham alimentos ricos em cereais integrais, frutas e vegetais, leguminosas, além da ingestão de líquidos.

   O metabolismo, de acordo com Josiane, é reduzido com o passar dos anos e no processo de envelhecimento, favorecendo o aumento de peso e a obesidade, além da diminuição da massa muscular magra. Para minimizar este fato, ela recomenda que o idoso procure um nutricionista, pois ele é o profissional capacitado para adequar a alimentação e avaliar a composição corporal. Além disso, é importante manter-se ativo, avalia Josiane, realizando atividade física com supervisão de um profissional habilitado e mediante autorização médica.

Bons hábitos alimentares previnem doenças

   A nutricionista Josiane Siviero lembra que manter bons hábitos alimentares em todas as etapas da vida beneficia a saúde.

   E no verão, período de altas temperaturas, ela adverte que os cuidados devem ser redobrados, exigindo precaução quanto à higiene e conservação adequada dos alimentos.

   Josiane destaca a importância de incluir, em todas refeições, alimentos frescos e com pouca gordura, dando preferência a produtos sem agrotóxicos, e, se possível, cultivando em casa frutas, vegetais, temperos. A nutricionista recomenda estimular refeições com variedade de cores e contendo todos os grupos alimentares. E para dar sabor aos alimentos e reduzir o sódio, ela sugere o uso de ervas e condimentos naturais.

   Salienta o cuidado com as frituras, já que a digestão é mais demorada para estas preparações; e com o excesso de açúcar e sal. Recomenda redução do consumo de alimentos ultraprocessados, como refrescos em pó, salgadinhos industrializados, refrigerante, bolacha recheada, etc, que, além da grande quantidade de sódio e de açúcar, têm muitos conservantes.

   A nutricionista Josiane Siviero enfatiza que a alimentação é a principal ferramenta de trabalho dos nutricionistas. "Pelo alimento podemos realizar prevenção, tratamento e a recuperação dos idosos. Precisamos lembrar aos idosos que a comida de verdade trará qualidade de vida e bem estar durante o processo de envelhecimento.”

 

Fontes:

 IBGE:

http://ndonline.com.br/files/images/2015/12/04-12-2015-02-58-43-pesquisa-ibge.pdf

http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2016/12/em-10-anos-cresce-numero-de-idosos-no-brasil

http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/29092003estatisticasecxxhtml.shtm

Estatuto do Idoso: dispõe sobre os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.741compilado.htm

 


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