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III Mostra de Experiências de Alimentação e Nutrição no SUS


Data de Publicação: 7 de novembro de 2012
Crédito da Matéria: Assessoria imprensa - CRN-2
Fonte: Redenutri


Durante o XXII Congresso Brasileiro de Nutrição (CONBRAN), realizado em setembro, ocorreu a III Mostra de Experiências de Alimentação e Nutrição no SUS, promovida pela Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN/MS). A Mostra teve como principal objetivo identificar, valorizar e divulgar ações exitosas para concretização do propósito da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), o qual refere-se à melhoria das condições de alimentação, nutrição e saúde da população brasileira, por meio da promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis.
 
Dentre os resumos selecionados para participar da Mostra, o trabalho “Semana Saúde na Escola – Uma estratégia para implantação da Educação Alimentar e Nutricional no Programa Saúde na Escola” de autoria de Janaína Lúcio Dantas, Eulâmpio Dantas Segundo e Flavianney Alencar, ficou em primeiro lugar.
 
Visando conhecer melhor o trabalho, a RedeNutri entrevistou Janaína Lúcio Dantas, uma das autoras do trabalho premiado. Janaína é nutricionista do Programa de Alimentação Escolar do município de Senador Pompeu, no Ceará.

1) Por favor fale um pouco sobre seu trabalho. Na sua opinião qual foi o diferencial que levou a esta premiação ?
O fato de ser a primeira e a única nutricionista de um município que possui cerca de 27.000 habitantes e estar situado no Sertão Central do Estado do Ceará já é um desafio. Fui contratada para o Programa de Alimentação Escolar em 2005, mas elaborei e implantei projetos de Segurança Alimentar e Nutricional em parceria com a Secretaria da Agricultura e Secretaria da Assistência Social com o objetivo de garantir uma alimentação escolar variada, balanceada, saudável e regionalizada. Sem o Programa de Aquisição de Alimentos que está em execução no município de Senador Pompeu-CE jamais teria conseguido garantir a disponibilidade de frutas e hortaliças no cardápio.

Um outro momento, vivenciado agora em 2012, foi a parceria com a Secretaria de Saúde na execução do Programa Saúde na Escola. Fui indicada pelos profissionais da Estratégia Saúde da Família que já conheciam meu trabalho com o PNAE. Como já trabalho na Secretaria de Educação ficou mais fácil meu envolvimento com os profissionais da educação. Então a coordenação do PSE e eu realizamos uma oficina com os profissionais da Educação que trabalham nas 23 escolas municipais e estaduais do município. Desenvolvemos estratégias de ensino para cada disciplina sobre  Alimentação Saudável e Combate a Obesidade Infantil e os professores, foram multiplicadores e facilitadores das atividades durante a Semana Saúde na Escola juntamente com os profissionais da Saúde do NASF e da ESF.
 
2) Na sua opinião quais são as principais oportunidades e desafios para ações semelhantes ao seu trabalho?
Aproveitar o potencial dos nossos atores sociais e envolvê-los nas atividades e ações descentralizadas que a alimentação, é extremamente importante. Até porque não fazemos nada sozinhos, os desafios existem. Sou a única nutricionista do município de Senador Pompeu-CE e trabalhar sozinha não é fácil. Mas temos de ser perseverantes e não podemos cruzar os braços diante das dificuldades. A mudança e a influência à adoção de hábitos alimentares saudáveis é um processo educativo e não se concretiza do dia para a noite. Mas insistir para a consolidação dessa prática faz parte da minha atribuição enquanto profissional de saúde.
 

3) Como você acha que seu trabalho pode contribuir para a implementação da PNAN a nível local?
Nós nutricionistas temos uma ferramenta importantíssima nas mãos: a PNAN. E temos a oportunidade de trabalhar vários programas que integram esta política: PNAE, PSE, PAA. O interessante é integrarmos as políticas e programas que trabalham o DHAA, as práticas alimentares, o monitoramento do estado nutricional e o abastecimento. Tudo isso envolvendo a Segurança Alimentar e Nutricional. No município de Senador Pompeu-CE, iniciei minha atividade profissional no PNAE em 2005, onde a alimentação escolar só contava com o recurso do FNDE; melhorei os cardápios oferecidos com a ajuda do Programa de Aquisição dos Alimentos: Compra Direta Local da Agricultura Familiar em 2008, onde os agricultores entregavam frutas, hortaliças, carnes, galinhas, ovos e queijo nas escolas.

Agora, em 2012, pudemos trabalhar o tema da alimentação saudável de forma transversal envolvendo todos os professores e profissionais da Saúde durante a Semana Saúde na Escola. Assim, já estamos integrando ações de promoção da saúde no ambiente escolar e realizando o monitoramento do estado nutricional, através do SISVAN, que está estabelecido na 3ª diretriz da PNAN.
 
4) Qual a sua recomendação para profissionais que querem realizar ações semelhantes?
Força de vontade, determinação, bom senso, criatividade e um pouquinho de paciência. Precisamos antes de tudo conversar com as pessoas em nosso meio, valorizar suas experiências, pois elas tem muito a nos ensinar. Nós nutricionistas precisamos nos apropriar da educação alimentar e nutricional e das técnicas de ensino, pois a alimentação está carregada de cultura, valores, sentimentos e para influenciar a mudança dos hábitos alimentares precisamos nos apropriar da Educação Popular. Vamos aproveitar e potencializar o que já existe à nível federal, integrando as políticas e as pessoas.


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