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Idec pesquisa quantidade de fibras em produtos ultraprocessados


Data de Publicação: 16 de junho de 2016
Crédito da Matéria: Assessoria imprensa - CRN-2


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   Substituir produtos refinados por integrais é uma recomendação bastante conhecida para ter uma alimentação mais saudável. Como não passam pelo processo de refinamento, os alimentos integrais normalmente possuem mais fibras e mantêm micronutrientes, como vitaminas e minerais. Porém, quando se trata de produtos ultraprocessados – aqueles em pacotinhos normalmente prontos para consumir – todas essas vantagens podem ir pelo ralo. Quem compra biscoitos integrais, por exemplo, tem motivos de sobra para se decepcionar. Uma pesquisa do Idec constatou que apenas três de 14 produtos avaliados contêm farinha de trigo ou cereal como principal ingrediente de sua fórmula. Do restante, seis biscoitos contêm mais farinha refinada do que integral; e cinco sequer têm farinha ou cereais integrais em sua composição! Veja no quadro abaixo as marcas avaliadas e o desempenho de cada uma.

SEM LEI

   Então quer dizer que todos esses biscoitos de grandes marcas estão em situação ilegal? É o que deve estar se perguntando o leitor. Mas a verdade é que eles não estão em desacordo com a legislação de alimentos, simplesmente porque as normas do setor não fixam nenhum critério para um produto declarar que é integral. A resolução no 263/2005 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que regulamenta produtos à base de cereais, amidos e farinhas, não traz nenhuma linha a respeito do assunto.

   "Como não há legislação específica, a indústria tem carta branca para alegar que produtos ultraprocessados são integrais mesmo quando não possuem nenhum tipo de cereal integral, como observado em cinco biscoitos analisados”, critica Ana Paula Bortoletto, nutricionista do Idec e coordenadora da pesquisa. Em resposta oficial ao Idec, a Anvisa informou que a norma em questão passará por revisão, a fim de estabelecer critérios mínimos para um alimento se declarar integral. "O processo regulatório encontra-se em fase inicial de pesquisa de referências internacionais e levantamento dos atores interessados. Em seguida, a proposta será submetida à aprovação pela Diretoria Colegiada”, diz Thalita Antony Lima, gerente-geral de alimentos da agência. Já não era sem tempo! Por enquanto, porém, a única forma de o consumidor saber se um produto é mesmo integral é olhando a lista de ingredientes. A lista é obrigatoriamente disposta em ordem de proporção, ou seja, do ingrediente em maior quantidade para aquele em menor quantidade. No caso de produtos de panificação, como os biscoitos, o ideal é que a farinha integral seja o primeiro item da lista. Outra alternativa seria que os fabricantes especificassem o percentual de farinha ou cereais integrais presentes no alimento, pelo menos, para dar mais clareza ao consumidor. Mas, dos produtos avaliados, apenas um traz essa informação: o biscoito Cacau e Cereais Belvita.


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