Free cookie consent management tool by TermsFeed

Notícias

Cisternas: planejamento para reserva de água


Data de Publicação: 22 de março de 2022


cisternas-planejamento-para-reserva-de-agua

   A administração municipal e a Emater de Canudos do Vale vêm incentivando e estimulando as famílias locais a executarem obras e estruturas de proteção, captação e/ou reservação de água, um dos recursos naturais mais essenciais à vida. Esta prática, desenvolvida há anos, tem se tornado urgente e fundamental, devido, principalmente, às frequentes estiagens e períodos de escassez de água enfrentados pelas pessoas, tanto na área rural, quanto na área urbana. 

   “Se planeje antes para estar preparado para quando ocorrer o inesperado”, uma expressão chinesa reflete essa necessidade, cada vez maior de reservar água em nossa região.
O aumento da demanda (rural e urbana) a cada ano e a frequente má distribuição de chuvas durante as estações, requer um número cada vez maior de técnicas de armazenamento de água. 
Uma das estratégias para execução específica de reservatórios são as cisternas, construídas em geomembrana com cobertura de arco galvanizado com escavação.

   Os agricultores do município recebem o serviço gratuito de máquinas como forma de auxílio e estímulo para tais construção das cisternas. A água armazenada varia de 120 a 300 mil litros e é utilizada para a irrigação de estufas para a produção de hortifrutigranjeiros, para a limpeza de pequenas instalações e ainda para consumo humano e animal. Este método de armazenagem de água garante a continuidade dos sistemas de produção garantindo assim uma melhoria na renda das famílias.

   Além do exposto anteriormente, incentiva-se os agricultores a adotarem práticas conservacionistas do solo (adubação verde, cultivo em curvas de nível, dentre inúmeras outras), para aumentar a infiltração de água no solo e, consequentemente reabastecimento dos lençóis de água subterrâneos. 
Ressalta-se a importância dos cuidados no uso de agrotóxicos (recolhimento de suas embalagens), saneamento básico das residências (rurais e urbanas) e dejetos de animais, que podem contaminar as águas superficiais e subterrâneas. 

   O armazenamento de águas pluviais, tal como a construção de cisternas, é ainda, o método mais barato e viável, quando comparado com o custo de escavação e bombeamento de água de poços tubulares profundos. Algo que poucos tem dado importância no momento presente e que, com a falta de água, poderá ocorrer sérios transtornos no futuro próximo como a diminuição e até interrupção da vazão nominal desses poços, pois sabe-se que a recarga hídrica dessas estruturas é muito lenta. 
Dependendo da geologia de uma bacia hidrográfica, a quantidade de água que infiltra e abastece os lençóis subterrâneos em nossas regiões é tão pequena que não representa 1% do total da precipitação anual. E caso o número de poços tubulares e a extração de água seja muito grande, podemos ter mais água sendo retirada do que infiltrando e reabastecendo esses poços. 

   Para utilização, a água precisa ser armazenada sempre, até para poder reabastecer de forma contínua os lençóis subterrâneos. Não podemos nunca esquecer que um dos maiores armazenadores de água é o próprio solo, em condições ótimas de porosidade e infiltração. Não podemos apenas pensar em armazenar água em estruturas antrópicas e relegar ao segundo plano os cuidados com o solo. Estruturas como terraços em nível e /ou desnível com micro barragens são práticas muito eficientes, tanto para contenção das águas que causam erosão, quanto para a infiltração da água no próprio local de escoamento.

Graziela Candida Petry
Técnica em Agropecuária


topo