Free cookie consent management tool by TermsFeed

Notícias

Dia Mundial da Alergia - 8 de julho


Data de Publicação: 6 de julho de 2022


dia-mundial-da-alergia-8-de-julho

               Nutricionista Fabiana Magnabosco de Vargas, CRN-2 10479P       

      A Organização Mundial da Saúde (OMS), instituiu a data de 08 de julho como o Dia Mundial da Alergia visando alertar a população sobre a importância dessa condição, que, em alguns casos, pode levar à morte.

     Nos últimos anos tem aumentado, significativamente, o número de pessoas que possuem alergias alimentares, tornando-se um problema de saúde pública, com um aumento considerável da demanda de recursos para esse fim. Aproximadamente, 2 a 4% da população possui alguma alergia alimentar, número que sobe para 6% em crianças de um ano e cai para 2 a 4% em crianças maiores e adultos.  Mesmo com a melhora no diagnóstico, o mecanismo por trás das alergias é complexo, o que resulta na necessidade de estarmos sempre atualizados por meio de fontes confiáveis, como sites oficiais e artigos científicos em periódicos reconhecidos e de qualidade.    

     A alergia alimentar se caracteriza como uma resposta imunológica atípica às proteínas, que ocorre após a ingestão e/ou contato com determinados alimentos. Podemos classificar, de acordo com mecanismos fisiopatológicos envolvidos, em dois tipos de reações:

- Reações não-imunológicas: dependem da substância ingerida, por exemplo, quando há toxinas presentes em alimentos contaminados. Também podem ser desencadeadas pela fermentação e efeito osmótico de carboidratos ingeridos e que não são absorvidos, como na intolerância à lactose e os chamados Foodmaps (conjunto de alimentos fermentáveis que podem causar desconforto intestinal).

- Reações imunológicas: dependem da sensibilidade individual e são dependentes de mecanismos imunológicos, que podem ser mediados por IgE (proteína que está presente no sangue em baixas concentrações) ou não. Podemos classificar as reações de hipersensibilidade aos alimentos pelo tipo de mecanismo imunológico envolvido:

- Mediadas por IgE: formam anticorpos específicos da classe IgE, quando em contato com alérgenos alimentares, que se fixam a receptores de basófilos e mastócitos. Quando esse contato se torna frequente, há a liberação de mediadores vasoativos e citocinas Th2, e ocorrem as manifestações clínicas. As manifestações clínicas mais comuns são reações cutâneas (como urticárias), gastrintestinais (como vômitos e diarreia), respiratórias (como coriza) e sistêmicas, como o choque anafilático.

- Reações mistas (que são mediadas por IgE e hipersensibilidade celular): além do mecanismo mediado por IgE, neste caso ocorre a participação de linfócitos T e de citocinas pró-inflamatórias. Como manifestações clínicas desse quadro, podemos citar a esofagite, gastrite e a gastrenterite eosinofílica e a dermatite atópica.

- Reações não-mediadas por IgE: ainda não se sabe bem o mecanismo exato de como ocorre, mas parecem ser mediadas por linfócitos T. As manifestações clínicas não são imediatas e dependem do alimento ingerido.

                Os alérgenos alimentares são quaisquer substâncias capazes de provocar a hipersensibilidade. São, na sua maioria, representados por glicoproteínas hidrossolúveis. Embora qualquer alimento possa causar alergia, cerca de 80% das manifestações de alergia alimentar ocorrem com a ingestão de leite de vaca, ovo, soja, trigo, amendoim, castanhas, peixes e crustáceos. Entretanto, novos alérgenos têm sido descritos, como kiwi e gergelim, e alguns deles bastante regionais, como a mandioca. Também há casos de alergia a carboidratos, em que o mecanismo ainda não está bem descrito, mas se supõe que, ao conjugar-se com uma proteína do organismo, seria capaz de estimular a síntese de IgE específica via receptores presentes na superfície de linfócitos B.

                Desde 2015, temos a Resolução RDC nº 26, que estabelece os requisitos para rotulagem obrigatória dos principais alimentos que causam alergias alimentares, como trigo, centeio, cevada, aveia, ovos, leite de todas as espécies animais, soja, amendoim, oleaginosas diversas, peixes, crustáceos e látex natural, o que deixou a rotulagem mais segura para esse público e conscientiza empresas da importância da informação correta nos rótulos dos alimentos.    

           O nutricionista é de fundamental importância na conduta com o paciente alérgico. Este profissional vai atuar na substituição dos produtos que causam alergias, fazendo, assim, com que a alimentação continue equilibrada e nutricionalmente adequada, resultando em mais saúde e qualidade de vida.                                    

                                                                                                                                                                                                                                                                             

 

 

 

 

 

 

 

Referências:

Alcocer, Marcos Julio Caruso, Ares, Silvia de la Cruz and López-Calleja, Inés. Recent advances in food allergy. Brazilian Journal of Food Technology [online]. 2016, v. 19, n. 00 [Accessed 1 July 2022], e2016047. Available from: <https://doi.org/10.1590/1981-6723.4716>. Epub 28 July 2016. ISSN 1981-6723. https://doi.org/10.1590/1981-6723.4716.

Solé D, Silva LR, Cocco RR, Ferreira CT, Sarni RO, Oliveira LC, et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2018 - Parte 1 - Etiopatogenia, clínica e diagnóstico. Documento conjunto elaborado pela Sociedade Brasileira de Pediatria e Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Arq Asma Alerg Imunol. 2018;2(1):7-38

Araújo, Halina Mayer Chaves et al. Doença celíaca, hábitos e práticas alimentares e qualidade de vida. Revista de Nutrição [online]. 2010, v. 23, n. 3 [Acessado 1 Julho 2022], pp. 467-474. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1415-52732010000300014>. Epub 06 Out 2010. ISSN 1678-9865. https://doi.org/10.1590/S1415-52732010000300014.

Galán-Freyle, Nataly, Olivero-Verbel, Jesús and Díaz-López, Liney. Modeling of allergen proteins found in sea food products. Food Science and Technology [online]. 2012, v. 32, n. 2 [Accessed 1 July 2022], pp. 393-400. Available from: <https://doi.org/10.1590/S0101-20612012005000032>. Epub 20 Mar 2012. ISSN 1678-457X. https://doi.org/10.1590/S0101-20612012005000032.

Santana, Fabiani Cristina de Oliveira. Rotulagem para alergênicos: uma avaliação dos rótulos de chocolates frente à nova legislação brasileira. Brazilian Journal of Food Technology [online]. 2018, v. 21 [Acessado 1 Julho 2022], e2018032. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1981-6723.03218>. Epub 21 Set 2018. ISSN 1981-6723. https://doi.org/10.1590/1981-6723.03218.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa. Resolução – RDC nº. 26, de 2 de Julho de 2015. Dispõe sobre os requisitos para rotulagem obrigatória dos principais alimentos que causam alergias alimentares.  Brasília, DF, 2015.

________________________________________________________________________

Nutricionistas e Técnicos em Nutrição e Dietética: 

Participem do CADASTRO DE CONSULTORES! 

Esta ferramenta  é fonte de pesquisa para o CRN-2 indicar os profissionais que tenham interesse em colaborar em palestras e aulas, escrever artigos, representar voluntariamente o CRN-2, assim como conceder entrevistas em meios de comunicação.
Os profissionais interessados em integrar este cadastro devem estar registrados e em situação regular com este Conselho. Acesse AQUI e faça o seu registro.


topo