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IBGE divulga dados sobre segurança alimentar no país


Data de Publicação: 29 de abril de 2024
Fonte: CFN


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72,4% dos domicílios particulares brasileiros estavam em situação de segurança alimentar em 2023. O número equivale a 56,7 milhões de domicílios e indica acesso permanente à alimentação adequada, mas 21,6 milhões (27,6%) ainda tinham dificuldade na aquisição de alimentos. Os dados atualizados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua 2023), divulgado na última quinta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O nutricionista Élido Bonomo, presidente do CFN, avalia os resultados da pesquisa de forma positiva, mas aponta para avanços necessários. “Vimos que a resposta após a retomada das políticas públicas que estimulam a aquisição e acesso aos alimentos foi rápida e positiva. Porém, há um enorme caminho a ser pavimentado, principalmente com soluções para as famílias em vulnerabilidade social, povos tradicionais, população em situação de rua, mulheres negras, enfim. Precisamos adotar medidas para que essas políticas públicas sejam blindadas como políticas de estado. Além disso, é fundamental maiores investimentos em sistemas alimentares justos, saudáveis e sustentáveis, como forma de promover segurança alimentar para as futuras gerações. E, é claro, com mais nutricionistas envolvidos nessas políticas de segurança alimentar e nutricional. Essa será uma estratégia para darmos mais eficácia na execução dessas ações. Com isso, esperamos que, em breve, o país saia do mapa da fome de forma definitiva”, destaca.

Recorte Regional: Conforme a Pnad Contínua 2023, a insegurança alimentar é mais perceptível nas regiões Norte e Nordeste do país. Apesar de apresentarem mais da metade dos moradores com acesso pleno e regular aos alimentos, considerando aspectos qualitativos e quantitativos, elas tiveram as menores proporções de domicílios particulares em segurança alimentar: 3,6 milhões no Norte (60,3%) e 12,7 milhões no Nordeste (61,2%). O Sul foi a região com maior participação de domicílios em segurança alimentar (83,4%), com cerca de 9,7 milhões de residências nessa situação.

População: Quanto ao perfil da pessoa responsável por domicílio, apesar de a participação de mulheres na população total (51,7%) ter sido um pouco superior a de homens (48,3%), essa relação se inverte quando se observa os domicílios em segurança alimentar: 48,7% contra 51,3%, respectivamente. Nos domicílios em insegurança alimentar, 59,4% tinham mulher como responsável.

A pesquisa revelou ainda que 4,5% da população de zero a quatro anos de idade e 4,9% da população de cinco a 17 anos de idade conviviam com insegurança alimentar grave. Entretanto, na população de 65 anos ou mais, essa proporção foi 2,8%. Considerando a distribuição dos moradores por grupos de idade, de acordo com a situação de segurança alimentar existente no domicílio, observou-se maior vulnerabilidade à restrição alimentar nos domicílios onde residiam crianças e/ou adolescentes.

No recorte por cor ou raça, levando em conta os casos de insegurança alimentar grave, a participação de domicílios com pessoa responsável de cor ou raça parda foi de 58,1%, mais do que o dobro da parcela que representa os domicílios em que os responsáveis eram de cor ou raça branca (23,4%).

Escolaridade: O módulo Segurança Alimentar da Pnad Contínua referente ao quarto trimestre de 2023 também mostrou uma associação oposta entre o nível de instrução do responsável pelo domicílio e o grau de insegurança alimentar. Domicílios onde os responsáveis tinham baixa escolaridade tendiam a apresentar maior percentual de participação no contexto da insegurança alimentar.

Quando os responsáveis eram empregados com carteira assinada no setor privado, 22,8% dos domicílios encontravam-se em situação de segurança alimentar. Já os trabalhadores no setor privado sem carteira assinada eram responsáveis em 6,1% dos domicílios em segurança alimentar. Nas situações de domicílios em insegurança alimentar grave, 6,6% tinham trabalhadores domésticos como responsáveis e 8,1%, trabalhadores sem carteira assinada.

Em relação aos rendimentos, 50,9% dos domicílios com insegurança alimentar moderada ou grave possuíam rendimento domiciliar per capita menor do que meio salário mínimo.


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