Free cookie consent management tool by TermsFeed

Notícias

DIA MUNDIAL DO CORAÇÃO - Atuação do nutricionista na prevenção e tratamento de doenças do coração


Data de Publicação: 29 de setembro de 2020
Crédito da Matéria: Débora Raupp Alves CRN-2 12959


dia-mundial-do-coracao-atuacao-do-nutricionista-na-prevencao-e-tratamento-de-doencas-do-coracao

   Em todo o mundo, as doenças cardiovasculares representam a maior causa de morte. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), essas enfermidades mataram cerca de 17,8 milhões de pessoas em 2016 em nível global. Uma das melhores formas de evitar o aumento na incidência dessas doenças é por meio da prevenção, que inclui a adoção de uma alimentação saudável, auxiliando no controle de fatores de risco para doenças cardiovasculares, como: colesterol e triglicerídeos alterados, hipertensão, diabetes, deficiência de alguns nutrientes como vitaminas e "gorduras saudáveis”, sobrepeso e obesidade. Além disso, a terapia nutricional é fundamental no tratamento de doenças do coração já estabelecidas, evidenciando a importância da atuação do nutricionista na área de cardiologia.

 

   É importante lembrar que uma alimentação saudável e de qualidade não se refere somente a ingestão de nutrientes, mas também as características culturais e sociais e como os alimentos são combinados e preparados.

   Uma ótima referência para promover a saúde e uma boa alimentação, prevenindo enfermidades em ascensão, como a obesidade e doenças crônicas, incluindo aí os problemas cardiovasculares, é o Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado pelo Ministério da Saúde em 2014. A edição traz orientações sobre qual tipo de alimento comer, como se alimentar e preparar a refeição, e sugestões para enfrentar os obstáculos do cotidiano para manter um padrão alimentar saudável, como falta de tempo e inabilidade culinária.

   Na hora das compras no mercado, recomenda-se a prática da leitura dos rótulos dos alimentos para certificar-se de que os ingredientes utilizados são realmente saudáveis. Deve-se dar preferência aos alimentos in natura ou minimamente processados, ou seja, que receberam nenhum ou mínimo processamento industrial, obtidos diretamente de plantas e animais, possuindo poucos ingredientes. Alguns exemplos desse tipo de alimento são: carnes e peixes resfriados ou congelados, ovos, legumes, verduras, frutas, arroz, feijão, leite e iogurte sem adição de açúcar.

   Quanto ao consumo de sal, açúcar, óleos e gorduras saturadas, deve-se tomar cuidado: essas substâncias devem ser utilizadas com moderação, pois seu consumo excessivo aumenta o risco de várias doenças crônicas, incluindo as doenças do coração. Existem alguns alimentos que já são fabricados com a adição dessas substâncias com o objetivo de realçar o sabor e aumentar a durabilidade e devem ser consumidos em pequenas quantidades, pois alteram a composição nutricional do alimento de forma desfavorável. Exemplos de alimentos processados são: conservas, enlatados, alguns pães e extrato de tomate com sal e/ou açúcar.

   Já os alimentos conhecidos como ultraprocessados são feitos de substâncias extraídas de alimentos ou sintetizadas em laboratório (como corantes e aromatizantes). O consumo destes produtos deve ser evitado, pois são ricos em açúcar, sódio e gorduras "não saudáveis”, como a gordura trans e pobres em fibras, vitaminas e minerais. Quando ingeridos em excesso, estes alimentos aumentam o risco dehipertensão, diabetes e obesidade (inclusive infantil) e o acúmulo de placas de gordura nas artérias, que pode ocasionar infartos e acidentes vasculares. Alguns exemplos de alimentos ultraprocessados são: sorvetes, balas, bolos, sopas e macarrão instantâneos, salgadinhos, refrigerantes, embutidos (salsicha, presunto) e empanados.

   Em resumo, a regra é: desembalar menos e descascar mais!

   A alimentação saudável desempenha papel-chave na redução das chances de problemas cardiovasculares e no seu tratamento, quando necessário.

   Seja na atenção básica ou hospitalar, o nutricionista é o profissional capaz de promover, por meio da ciência da nutrição, hábitos alimentares mais saudáveis e adequados para cada indivíduo, auxiliando-o a ter uma qualidade de vida muito melhor.

 

*Nutricionista Supervisora no Instituto de Cardiologia de Porto Alegre
Nutricionista especialista em Urgência e Trauma - Feevale
Mestre em Ciências da Saúde pela UFCSPA


Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira – 2. ed. Brasília : Ministério da Saúde, 2014.

Global Health Estimates 2016: Deaths by Cause, Age, Sex, by Country and by Region, 2000-2016. Geneva, World Health Organization; 2018.

 


topo