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Agosto Dourado: mês dedicado à amamentação!


Data de Publicação: 1 de agosto de 2020
Crédito da Matéria: Ana Carolina Terrazzan CRN-2 8330


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     "APOIE O ALEITAMENTO MATERNO POR UM PLANETA SAUDÁVEL” é o o tema da #SMAM - Semana Mundial da Amamentação. A temática está de acordo com as metas da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, propostas pelas Nações Unidas, que enfatiza a íntima relação entre amamentação e meio ambiente.

   Os benefícios da amamentação para a sociedade vêm sendo amplamente discutidos e apontados. Amamentar é prático e econômico. A "produção” do leite materno não tem custo, não requer publicidade, embalagem ou transporte; não gera resíduos, ou causa esgotamento de recursos naturais. Em contrapartida, os custos (tanto financeiros quanto para o meio ambiente), investimentos em marketing e, principalmente os lucros que englobam a produção dos substitutos do leite materno são elevados.

   O leite materno é o alimento mais completo, que oferece aporte nutricional adequado às necessidades do bebê e da criança. É recomendado que seja o único alimento oferecido até o sexto mês de vida, e continuado até os dois anos ou mais, visto que seus nutrientes e benefícios são mantidos ao longo do tempo de amamentação.

   O leite materno é um alimento dinâmico, com variações em sua composição e com diversos organismos e fatores que influenciam e favorecem não somente o crescimento infantil, mas também é fator protetor contra infecções, diarreias, sobrepeso e obesidade. Além disto, favorece o melhor amadurecimento do sistema imunológico e da microbiota intestinal.

   Os benefícios do aleitamento materno vão muito além da alimentação infantil. Os estudos trazem evidências de que a amamentação oferece proteção para a saúde e bem-estar materno, tão importantes quanto os benefícios diretos para o bebê. Mulheres que amamentam têm mais proteção contra câncer de útero e ovário. Algumas evidências apontam também menores chances de desenvolver diabetes mellitus tipo 2. Além disto, diversas são as evidências que relacionam melhor vínculo mãe bebê e menor chance de depressão pós-parto associados à prática da amamentação.

   Mais do que nunca, nossos esforços precisam se unir em prol do apoio e incentivo à amamentação. Dados das pesquisas brasileiras apontam que a média de aleitamento materno exclusivo é de 54 dias, enquanto a recomendação é de 180 dias. Diversos são os fatores que influenciam para que haja o desmame precoce, dentre os quais os principais são: falta de apoio familiar e profissional e insegurança e desconhecimento por parte dos pais.

    Nosso papel como profissional da saúde é disseminar informações atualizadas e coerentes e oferecer apoio às famílias.

   Ter equipes profissionais engajadas em melhorar os índices de amamentação, é o primeiro passo. Estimular a "Golden hour” e o alojamento conjunto, controlar a prescrição de substitutos do leite materno, evitar orientações de introdução alimentar precoce são práticas que devem ser adotadas como forma de proteção à amamentação.

   Cabe também aos profissionais trabalharem em prol do cumprimento da Norma Brasileira para Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância - NBCAL e demais legislações que protegem a amamentação, bem como defender políticas de incentivo como: Iniciativa Hospital Amigo da Criança - IHAC, licença maternidade e paternidade remunerada, salas de apoio à amamentação nos locais de trabalho. 

 

 

   A amamentação ideal é essencial para a boa saúde e o bem-estar a curto, médio e longo prazo, para mulheres e crianças. Se começarmos pelo mais básico, seguindo as recomendações da OMS e da UNICEF, certamente as famílias poderão colher os benefícios futuramente:

- Início precoce da amamentação dentro de uma hora após o nascimento.

- Aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida.

- Amamentação continuada até dois anos de idade ou mais, associada à alimentação nutricionalmente adequada para a faixa etária.

 

* Ana Carolina Terrazzan é nutricionista pela Universidade Franciscana - Santa Maria (2006). Consultora em Aleitamento Materno e Nutricionista Infantil pela Clínica AMA NUTRIÇÃO & COZINHA. Integra e Associação Gaúcha de Consultoras de Aleitamento Materno – AGACAM**.

Doutora em Saúde da Criança e do Adolescente- UFRGS (2019) - ênfase em prematuridade.

Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente- UFRGS (2012) - ênfase em prematuridade

Especialista em Nutrição Materno-Infantil - Hospital Moinhos de Vento (2008)

Especialista em Clínica do Adulto - UNISINOS (2008)


**A Associação Gaúcha de Consultoras de Aleitamento Materno – AGACAM tem como objetivo proteger e divulgar as boas práticas em aleitamento materno infantil. A Associação nasceu no intuito de fomentar as estratégias de apoio e articulação do trabalho das Consultoras de Aleitamento Materno para fortalecimento e ampliação do diálogo entre o trabalho dos profissionais e sociedade com a comunidade técnica, científica, e destas com os serviços de saúde, educação e assistência social, organizações governamentais e com a sociedade civil.

Instagram: @agacamrs


BPNI/IBFAN. Report on Carbon Footprints Due to Milk Formula: A study from selected countries of the Asia-Pacific region, https://www.babymilkaction.org/wp-content/uploads/2014/10/Carbon-Footprints-Due-to-Milk-Formula.pdf

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