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Alergias alimentares: diferenças, diagnóstico e tratamento


Data de Publicação: 8 de julho de 2020
Crédito da Matéria: Bruna Rhoden Estorgato, CRN-2 10784


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     Reações causadas no organismo por alimentos são popularmente conhecidas como alergias alimentares. Entretanto, a nível científico e de diagnóstico, elas são separadas em: alergia, sensibilidade tardia e intolerância alimentar, diferenciando-se pelo fator desencadeante (proteína ou carboidrato) e pela resposta ocasionada (imune ou não). 
     As alergias e sensibilidades tardias são respostas errôneas do organismo frente ao contato com proteína; já a intolerância alimentar está associada ao consumo de carboidratos, alterando a produção da enzima que realiza sua digestão.
     A alergia alimentar está relacionada à ativação do sistema imunológico e da imunoglobulina denominada IgE, apresentando resposta alérgica imediatamente e até oito horas após o contato com o alimento. Assim, produz reações mais graves, podendo chegar a choque anafilático. São mais associadas a crianças e, quando tratadas na fase infantil, possuem grande chance de cura. Entretanto, isso não exclui a possibilidade de diagnóstico na fase adulta, quando a reintrodução do alimento alergênico raramente é possível. 
     O diagnóstico mais comum acontece através de exames sanguíneos, o que não é considerado parâmetro único, tornando a análise clínica soberana, através da observação de sinais e sintomas. 
     O tratamento é baseado na exclusão total do alimento por tempo variável ou em definitivo. Devido ao risco de choque anafilático, a tentativa de reintrodução deve ser acompanhada pelo médico alergista, preferencialmente em ambiente hospitalar. 
    Na alergia alimentar, a resposta fisiológica não se relaciona com quantidade e frequência de consumo, podendo ser desencadeada mesmo por mínimas porções.
     Já a sensibilidade alimentar é uma resposta considerada tardia, pois os sintomas podem ocorrer de duas a 72 horas após o contato com o alimento. O diagnóstico é realizado através de exame sanguíneo pela imunoglobulina IgG, por biorressonância ou pela análise clínica de sinais e sintomas. Entretanto, é mais difícil de ser realizado devido à grande amplitude de horas para o desenvolvimento dos sintomas. 
  
     Os alimentos comumente relacionados a alergia e sensibilidade alimentar são: trigo (glúten), leite, soja, cítricos, peixes e frutos do mar, amendoim, ovo e oleaginosas.    O tratamento baseia-se na exclusão do alimento por um mês até um ano, sendo mais comumente realizada de um a quatro meses. Nessa situação, a chance de reintrodução é maior, possuindo relação com a quantidade e a frequência de consumo. Após o tratamento, se o consumo não retornar ao habitual, ocorre com frequência a boa tolerância para ingestão a cada quatro dias. 
     Os sintomas ocorrem de forma individualizada e, por mais que geralmente estejam associados a alguma patologia, podem afetar todo o organismo por desencadearem resposta inflamatória abrangente. Entre eles estão: dores de cabeça, articulares, gastrite, refluxo, distensão e desconforto abdominal, rinite e sinusite, acne e dermatites, candidíase e infecção urinária de repetição, edema etc.
     Em ambas as reações, a tentativa de tratamento sempre estará baseada na busca pela tolerância imunológica, através de estratégias como medicações (por parte médica), fitoterápicos e suplementos nutricionais (probióticos, ômega-3 e micronutrientes – vitaminas e minerais). 
     Vale salientar, ainda, que existem outras formas de diagnóstico, sendo de responsabilidade do profissional essa análise, pois todo paciente deve ser tratado de forma completamente individualizada e personalizada. Além disso, o paciente precisará estar ciente de que nenhum tratamento possui garantia de reintrodução alimentar, mas que proporcionará melhora significativa da saúde e da qualidade de vida.
     Lembre-se: o profissional pode "possuir o dom da cura”, mas nada adiantará se o paciente não estiver completamente disposto e pronto a mudar. Portanto, seja compreensivo, resiliente, mantenha a mão estendida e atenha-se a frase de Carl Jung: "Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas, ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”.
 
 
 
*Bruna possui pós-graduação em Nutrição Clínica Estética e em Nutrição Clínica Esportiva. E especialista em Fitoterapia: Prescrição e Aplicabilidade Clínica. Pós-graduanda em Nutrição Clínica Funcional. 
Formada no curso de qualificação profissional em Gastronomia Funcional da Escola de Gastronomia Aires Scavone.
Atua em consultórios especializados em nutrição clínica, esportiva, estética, fitoterapia, alergias, sensibilidades e intolerâncias alimentares e nutrição funcional (com análise dos exames bioquímicos embasada na área - prevenção de doenças), com a possibilidade de elaborar o plano alimentar através da Nutrigenômica e Nutrigenética. 
Também é palestrante e ministrante de cursos de extensão.


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