Free cookie consent management tool by TermsFeed

Notícias

Obesidade infantil já é considerada uma epidemia mundial


Data de Publicação: 3 de junho de 2020
Crédito da Matéria: Assessoria imprensa - CRN-2


obesidade-infantil-ja-e-considerada-uma-epidemia-mundial

   Conscientizar a população sobre os cuidados necessários para combater a obesidade infantil, que afeta milhares de crianças em todo o mundo, é o principal objetivo de marcar o dia 3 de junho no calendário das datas de saúde.
   O dia da Conscientização Contra a Obesidade Infantil é um alerta aos pais, aos educadores e aos profissionais da saúde para o melhor tratamento, que é a prevenção. 
      A importância do tema incentivou o CRN-2 a convidar a nutricionista Fabiana Salvatori Guedes – CRN-2 10175, de Passo Fundo, para escrever o artigo de hoje. Acompanhem!
 
 

3 junho – Dia da Conscientização Contra a Obesidade Infantil

Fabiana Salvatori Guedes – CRN-2 10175
   A obesidade infantil é considerada atualmente uma epidemia mundial, sendo a doença crônica mais prevalente na infância, variando de acordo com sexo, etnia e idade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 41 milhões de crianças com menos de 5 anos estejam acima do peso (número que engloba tanto países desenvolvidos como aqueles em desenvolvimento). 
 
   No Brasil, 33,5% das crianças sofrem com sobrepeso ou obesidade. Na região sul (PR, SC e RS), 35,9% das crianças entre 5 a 9 anos e 24,6% entre 10 a 19 anos, apresentam excesso de peso, respectivamente. Portanto, este problema merece atenção, para que possamos mudar essa condição com intervenções cada vez mais precoces, de forma transdisciplinar, pois conforme publicado no New England Journal of Medicine, a cada 5 crianças obesas, 4 permanecerão obesas quanto adultas.
 
   A obesidade nesta faixa etária é caracterizada pelo excesso de gordura corporal em crianças de até 12 anos. O diagnóstico também pode ser realizado através do índice de massa corporal (IMC). Na infância, devido a variações inerentes ao crescimento e ao desenvolvimento, a interpretação do IMC difere de acordo com gênero e faixa etária e obedece a curvas de crescimento específicas.
 
   As causas da obesidade são consideradas multifatoriais, nas quais devemos levar em consideração os fatores genéticos e hormonais, bem como os ambientais comportamentais (alimentação, sedentarismo, ansiedade/depressão, falta de sono, etc).
 
Entre os riscos da obesidade infantil, a curto e longo prazo, podemos citar: dislipidemias, aterosclerose, problemas cardiovasculares, diabetes, hipertensão, doenças respiratórias como asma e apneia, problemas articulares, complicações metabólicas e endócrinas, alterações do sono,  problemas de pele (como acne, assaduras e dermatites), maturação precoce, obesidade mórbida quando adultos. Além disso, a obesidade pode desencadear doenças de cunho emocional e social como, depressão, isolamento social, bullying, baixa autoestima e até mesmo disfunções alimentares como bulimia.
 
   Em relação a prevenção da obesidade, podemos considerar que ela já se inicia na fase intrauterina. Por meio da programação metabólica, o excesso ou privação de nutrientes e/ou o estado nutricional inadequado da mãe durante a gestação, poderá repercutir em alterações epigenéticas para o bebê ainda no meio intrauterino, podendo ocorrer o silenciamento ou ativação de determinados genes relacionados ao desenvolvimento de doenças crônicas como obesidade, hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, etc. Ou seja, uma gestação saudável, já é um fator protetor para a prevenção, não somente da obesidade, mas de muitas outras doenças. O aleitamento materno também é um fator protetor, uma vez que reduz o risco de obesidade infantil.
 
   Algumas causas são determinantes para a obesidade na infância, como por exemplo, o desmame precoce e a introdução de alimentos complementares inapropriados ou de forma muito antecipada, bem como uma dieta inadequada (alimentos industrializados, com excesso de gorduras, de açúcar, etc) durante a infância e adolescência.
 
   O estilo de vida pode ter um grande impacto para o desencadeamento da obesidade. Para prevenirmos a obesidade, devemos incentivar as crianças desde cedo, a praticarem atividade física e brincarem com brincadeiras em que se movimentem. Também é muito importante limitar o tempo de telas durante a rotina diária da criança (televisão, celular, tablets, computador, video game). Estimular uma alimentação saudável, equilibrada e variada entre todos os grupos alimentares e ingestão hídrica adequada, podem contribuir para a prevenção da obesidade. Esse cuidado deverá ser iniciado desde a fase da introdução alimentar e mantido com a progressão da faixa etária da criança, para que a mesma tenha a condição de formar hábitos alimentares saudáveis para toda a vida.
 
   Mais importante do que tratar é prevenir. Portanto, os profissionais da saúde, a família, o ambiente escolar e todos os envolvidos no cuidado e convívio com a criança devem estar atentos aos sinais de alerta que ela pode apresentar para a obesidade. Devem contribuir para o estímulo de hábitos alimentares e estilo de vida saudável. A família é parte fundamental desse processo, e deve servir como exemplo positivo para que os pequenos possam manter uma boa relação com a comida e hábitos alimentares adequados.
 
Fabiana é especialista em Nutrição Materno Infantil pelo Hospital Moinhos de Vento – POA, mestre em Microbiologia Clínica pela Universidade Fernando Pessoa – Porto – Portugal.
Atua em consultório materno infantil com atendimento exclusivo para gestantes, bebês e crianças e oficinas culinárias para crianças. 
Também é nutricionista materno infantil da UTI Neonatal, UTI Pediátrica, Ambulatório de Prematuros e Pediatria do Hospital São Vicente de Paulo, Passo Fundo.


topo