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Dia Mundial da Água - conscientização para o uso


Data de Publicação: 24 de março de 2020
Crédito da Matéria: Virgílio José Strasburg


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     Este final de semana foi marcado por uma data: o Dia Mundial da Água. Em meio a esse conturbado e difícil período em que passa o Brasil, e outros países, o Conselho evidencia a importância de salientar e lembrar o tema, inclusive por ser a água uma das principais formas de combater o novo coronavírus.
 
     O Regional convidou o nutricionista e professor Virgílio José Strasburg para falar sobre a importância da água para a vida. 
 
     O dia 22 de março foi sugerido pela Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, de 1992, e passou comemorado como Dia Mundial da Água em 1993. O objetivo promover conscientização sobre a relevância da água para a nossa sobrevivência e de outros seres vivos. Além disso, a data é um momento para lembrar a importância do uso sustentável desse recurso e a urgente necessidade de conservação dos ambientes aquáticos, evitando poluição e contaminação.

Água – consuma com atenção e use com moderação!

   Nesse momento de pandemia com o coronavírus (Covid-19), em que a água (com sabão) tem sido uma das únicas formas de combater o vírus, reitero medidas já tão divulgadas mas que merecem, sempre, a maior atenção: 
1 – lave regularmente suas mãos; 
2 – mantenha-se hidratado e bem alimentado e não compartilhe suas garrafas de água (ou mesmo o chimarrão com outras pessoas).
 
   Sabemos que a alimentação e o consumo de água são condições essenciais para a vida de todos os seres vivos. 
 
   Apesar do líquido "transparente, incolor, geralmente insípida e inodora” constituir 70% da superfície terrestre, a maior parte deste é de água salgada. E somente 2,5% é de água doce, sendo que apenas 1% está disponível para uso em estado líquido. A água está presente em todos os processos e atividades humanas, dentre os quais os relacionados com a produção de alimentos, tanto na agricultura como na pecuária, além de ser indispensável no preparo de refeições. 
 
   A função de um prato de comida é inicialmente, de saciar a nossa fome. Ao analisarmos os itens de uma tabela de composição nutricional de alimentos (por ex.: Tabela Brasileira de Composição de Alimentos - TACO) encontraremos como primeira informação, ao lado do alimento pesquisado, o seu teor de umidade. A tradução desse "teor de umidade” nada mais é do que a água que ele contém. 
 
   Por conta de a água ser, então, componente inerente na composição dos alimentos e nos processos relacionados com as refeições quero destacar dois pontos.: 1) A Pegada Hídrica (PH) dos alimentos que consumimos; e 2) Ações mitigadoras no uso diário da água.
 
Pegada Hídrica. A alimentação é um direito universal, e seu acesso deve promover a saúde, ao mesmo tempo ser sustentável sob os âmbitos social, econômico e ambiental. No contexto ambiental podemos verificar a Pegada Hídrica (PH) que é definida conceitualmente como o volume direto e indireto da água utilizada nos processos da produção ao consumo, seja de um bem ou serviço ao longo da toda a cadeia produtiva. Ou seja, o percentual de umidade de um alimento não representa toda a água que foi utilizada para a sua produção e nos processos de beneficiamento. Estudos globais referenciam a quantidade de PH de alguns alimentos. Nos produtos de origem animal, para cada quilograma (kg) de carne temos – bovina: 15500 litros (L), suína: 4800 L; e frango: 3900 L. Uma unidade de ovo de galinha:- 200:L; 1 litro de leite: 1000 L e 1 Kg de queijo – 5000 L. Em contrapartida, os alimentos de origem vegetal possuem outras particularidades. A seguir alguns exemplos de acordo com o grupo. Cereais, arroz: 2230 L e milho: 1253 L. Nas hortaliças couve e repolho: 280 L, batata inglesa 287L, tomate: 214L. E entre as frutas abacaxi 235L, banana 790 L, laranja 560L, maçã: 822L, melancia: 235L. 
 
   Diante disso, a escolha dos alimentos que irão compor nossa refeição tem um importante impacto ambiental a ser analisado. Entre as alternativas estão as possibilidades de reduzir a quantidade ou o tamanho das porções dos produtos de origem animal, especialmente carne vermelha; ou ainda adotar medidas como a proposta da segunda-feira sem carne. 
 
Ações mitigadoras no uso diário da água.  Além da questão de nossas escolhas alimentares podemos contribuir com o uso mais consciente da água em nossas rotinas ou ainda na gestão de unidades de produção de refeições. 
Nas cozinhas (especialmente as industriais): a) verificação da existência de vazamentos e do hábito de se manter registros de torneiras fechados, quando não estiverem sendo utilizadas; b) monitoramento mensal do consumo; d) evitar o descongelamento de alimentos em água corrente; e d) conscientização dos funcionários quanto ao uso da água nas atividades diárias. 
 
   Esses mesmos cuidados podem ser observados no uso doméstico com os hábitos de banho, escovação de dentes e a limpeza de louças e dos ambientes. A tecnologia tem auxiliado nessa questão com a fabricação de registros de torneiras acionados por sensores, bem como de colocação de aeradores que diminuem o consumo da água.
 
   Colabore. Faça a sua parte e seja um agente de mudança!

*Professor Adjunto do curso de graduação em Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Departamento de Nutrição; CESAN/HCPA. 
Doutor em  Qualidade Ambiental. 
Realiza pesquisas relacionadas a impactos ambientais, especialmente no segmento de produção de refeições para coletividades.


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