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Obesidade infantil: um problema de saúde pública


Data de Publicação: 2 de junho de 2021
Crédito da Matéria: Samanta Munhoz CRN-2 9541


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    A obesidade infantil é um dos problemas de saúde pública que mais preocupa gestores e famílias. Segundo o Ministério da Saúde (MS), é um dos principais fatores que põe em risco o futuro das crianças e um dos mais urgentes desafios a serem enfrentados pelo poder público e pela sociedade em geral.

   Crianças com diagnóstico de obesidade podem estar com a saúde comprometida e em risco de desenvolver outras doenças na vida adulta, como problemas osteoarticulares, psicológicos, dislipidemias, diabetes, câncer e doenças cardiovasculares.

   Em 2019, o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), do MS, apontou que 16,33% das crianças brasileiras entre cinco e dez anos estavam com sobrepeso; 9,38% com obesidade; e 5,22% com obesidade grave. Em relação aos adolescentes, 18% apresentam sobrepeso; 9,53% obesidade; e 3,98% obesidade grave.

   Entre 2010 e 2020, de acordo com o SISVAN, ocorreu, no Brasil, um aumento de 0,74% na prevalência de obesidade em crianças entre 2 e 5 anos.

   A mudança de hábitos e comportamentos alimentares e sociais ao longo das últimas décadas ajudou, e muito, para o crescente aumento da obesidade infantil.

   O consumo de alimentos ricos em gorduras, carboidratos e alimentos ultraprocessados, a falta de atividade física, acrescida de um aumento do tempo de uso de telas (computadores e celulares) por crianças e adolescentes, estão no topo da lista dos desafios a serem vencidos para reverter este quadro de obesidade em crianças e adolescentes.

   A mudança precisa respeitar as especificidades culturais, sociais e econômicas. A prevenção da obesidade compreende o estímulo à alimentação saudável, a avaliação constante do estado nutricional e a prática de atividade física adequada.

   Precisamos compreender os principais aspectos envolvidos na formação do comportamento alimentar na infância, que aborda fatores biológicos, comportamentais e familiares, comprometidos na formação dos hábitos alimentares e na capacidade de autorregulação energética (capacidade de ingerir a quantidade necessária de alimentos para o seu organismo), questões tão importantes de serem colocadas em prática.

   A participação dos pais na formação e no desenvolvimento dos hábitos alimentares das crianças é vital e deve ser cada vez mais estimulada. É muito importante para prevenir e tratar a obesidade infantil o resgate dos sinais de fome e saciedade. As "beliscadas” com guloseimas estão cada vez mais presentes e a fome emocional também passou a fazer parte da vida das crianças. Devemos cuidar para não estar agravando a relação da criança com o alimento, com o corpo e com comportamentos de risco para transtornos alimentares.

 

   Elas precisam de ajuda e são os adultos os responsáveis por buscar essas mudanças, muitas vezes com apoio de profissionais especializados.

   Eu uso, e recomendo muito, o modelo de divisão de responsabilidades (da nutricionista norte-americana Ellyn Satter) que envolve familiares e cuidadores, com estímulo a autonomia das crianças na alimentação. Temos colhido bons resultados na alimentação infantil com o comprometimento de todos. Seria muito importante que todos os profissionais de saúde ampliassem a visão em relação à alimentação infantil.

 

   Não poderia deixar de destacar a importância do aleitamento materno: é o primeiro passo na prevenção da obesidade. A amamentação exclusiva até os seis meses e continuada após a adequada introdução alimentar, é o início da criação de bons hábitos alimentares.

 

   Uma vez que a obesidade está diretamente associada à alimentação inadequada, ao sedentarismo e a problemas emocionais, atuar de forma precoce na prevenção da obesidade na infância é fundamental paraque, no futuro, essas crianças e adolescentes não desenvolvam outros problemas de saúde e possam ter mais qualidade de vida.

   Procure um nutricionista para ajudar na mudança de comportamentos alimentares inadequados. Este profissional dará dicas e mostrará a importância de comer verduras, frutas e legumes, por vezes de maneira lúdica. A transformação de hábitos vai se formar naturalmente.Orientar, educar e não forçar: uma alimentação saudável e equilibrada fará toda a diferença na saúde dos pequenos.

Dicas para incentivar a mudança de comportamento para prevenção de obesidade:

- Aumentar a disponibilidade de alimentos naturais como frutas, verduras, legumes e grãos integrais em casa.

- Facilitar o consumo dos alimentos nutritivos os deixando com fácil acesso, já higienizados e cortados, prontos para o consumo de forma prática.

- Evitar ter em casa refrigerantes e sucos artificiais, assim como guloseimas e alimentos ultraprocessados.

- Evitar o uso de telas (computador, celular, televisão) durante as refeições.

- Estimular que a criança coma conforme seus sinais internos de fome e saciedade, não forçando que ela "limpe o prato”.

- Lembrar que os pais são os exemplos na alimentação e atividades físicas.

- "Como comer” é tão importante quanto "o que comer”!

 

Samanta Munhoz -Nutricionista Materno Infantil em Lajeado- CRN2 9541
Graduada em Nutrição pela Univates em 2010
Pós-graduada em Nutrição Materno Infantil pelo Hospital Moinhos de Vento em 2015
Pós-graduada em Nutrição Clínica e Doenças Crônicas pelo Hospital Moinhos de Vento em 2012
Curso de Nutrição Comportamental na Infância - Instituto Nutrição Comportamental em 2021
Curso de Extensão em Programação da Gestação Saudável - Prof. Gabriel de Carvalho em 2021
Congresso de Nutrição Materno Infantil - Instituto Brasileiro de Nutrição Materno Infantil em 2020
Consultora em Amamentação pela Mame Bem em Porto Alegre em 2019
Congresso de Nutrologia Pediátrica - Sociedade Brasileira de Pediatria – 2016 e 2018
Membro da Comissão Especial de Combate à Obesidade Infanto Juvenil do Estado do RS em 2017 e 2018
Nutricionista Voluntária do Previna (Grupo de Cardiologia Pediátrica Preventiva do Instituto de Cardiologia de Porto Alegre) em 2016
Atendimentos em consultório particular


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