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Maio verde: destaque para o impacto da Doença Celíaca na vida das pessoas


Data de Publicação: 20 de maio de 2022


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   A exposição das pessoas geneticamente predispostas ao glúten, além da presença de fatores imunológicos e ambientais, pode levar à Doença Celíaca (DC). O glúten é considerado a principal proteína do trigo, estando presente naturalmente no centeio e na cevada e, por contaminação cruzada, na aveia e outros alimentos.

   Atualmente, estima-se que 1% da população mundial possui a DC, com aumento considerado nos últimos 50 anos. No Brasil ainda não há uma estatística definida, contudo, estima-se que existam 300 mil brasileiros portadores.

   A DC é condição autoimune, diretamente ligada à ingestão contínua de glúten, levando a inflamação do corpo, mas principalmente o intestino delgado, ocasionando a não absorção de nutrientes e pode se manifestar em qualquer fase da vida dos indivíduos. Ela é considerada um “camaleão”, pois apresenta-se de diversas formas. Os sintomas são os mais diversos, como: inchaço, vômitos, dor abdominal, coceira na pele, constipação, diarreia, dor de cabeça, fraqueza, infertilidade, má absorção de vitaminas e minerais, desnutrição, queda de cabelos, irregularidades no ciclo menstrual, abortos, acne, intolerância a lactose, azia, refluxo, alteração de humor, dentre outras. Quando não diagnosticada e tratada, pode levar a outras doenças, inclusive autoimunes, como a tireoidite de hashimoto, artrite reumatoide, fibromialgia.

   O diagnóstico da DC é realizado por endoscopia com biópsia e, alguns exames específicos de anticorpos. Esses exames sanguíneos de anticorpos devem ser feitos quando o paciente estiver consumindo glúten, pois se ele já estiver com dieta restrita, o resultado pode dar falso negativo.

   Recentemente se fala mais em glúten, e sabemos que alguns fatores levam ao trigo “de hoje” ser mais alergênico do que antigamente, pois o teor de glúten no cereal aumentou e a população teve mais acesso em razão da disponibilidade. Assim, percebe-se uma maior suscetibilidade aos efeitos tóxicos do glúten que associado a outros possíveis fatores, como a deficiência de vitamina D, maior taxa de cesarianas, menor tempo de aleitamento materno, excesso de produtos industrializados com aditivos químicos, redução do consumo de alimentos frescos e naturais, estresse, utilização desregrada de medicamentos, podem desencadear a doença em pessoas geneticamente predispostas.

   Desde 2003 obrigatório por lei federal (Lei nº 10.674) que todos os alimentos industrializados informem em seus rótulos a presença ou não de glúten para proteger o direito à saúde dos celíacos. Também, a partir de ano de 2012 não se usa mais o termo “intolerância ao glúten” para relacionar a DC, objetivando não causar confusões, ao que se refere ao diagnóstico e tratamento.

   Não há cura para a DC. Contudo, o tratamento consiste em retirar da dieta os alimentos que contenham glúten. Algumas pesquisas envolvendo nanopartículas contendo gliadina e imunoterapia que visa “reprogramar” o sistema imunológico, entre outras, estão em andamento.

   Um fator importante a se observar é a contaminação cruzada, que é a transferência de pequenos traços de glúten para um alimento livre de glúten, direta ou indiretamente. Essa contaminação pode ocorrer no transporte, armazenamento, pré-preparo e manuseio. Somente lavar os utensílios não eliminará totalmente as partículas de glúten, pois são muito pequenas.

   É sabido que o diagnóstico positivo pode gerar uma maior dificuldade com a vida social, pois é difícil encontrar bares, restaurantes, pizzarias e similares que garantam alimentos seguros para os celíacos. Com isso, o ideal é sempre ter o apoio dos familiares e amigos, juntamente com acompanhamento de um nutricionista, gastroenterologista e psicólogo.

   A orientação nutricional, com uma dieta adequada, fará que ocorra uma melhora nos sintomas e possível remissão da doença. A atuação do nutricionista pode ir além da dieta, oportunizando ao paciente receitas isentas de glúten, indicando grupos de celíacos, locais seguros para comer e/ou comprar alimentos e substituição de itens das receitas.

Fátima Petska CRN-2 10826D

Nutricionista Clínica

Celíaca. Formada pela Uri Campus de Erechim/RS (2010);

Especialização em Gestão da Segurança de Alimentos (2014);

Especialização em Terapia Nutricional em Oncologia (2018);

Experiência em Nutrição Clínica, Estética e Doenças Auto Imunes


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