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Dia da conscientização contra a obesidade infantil - 03 de junho


Data de Publicação: 3 de junho de 2022


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   Gabriela Lazzaretti Kriedte CRN-2 17395*

Dia da conscientização contra a obesidade infantil - 03 de junho – é uma data importante para ser marcada no calendário da saúde. Um tema necessário e que precisa ser discutido entre nossa sociedade e profissionais de saúde.

   Começo esse texto pedindo que imaginem o “ser criança”. Sem dúvida é ser feliz, brincar, aprender coisas novas e desfrutar de desafios propostos pela vida. Agora, imaginem como estão algumas crianças dessa geração, que passaram por uma pandemia mundial, vivem ou vivenciaram, em algum momento, uma insegurança alimentar, sem acesso a uma alimentação saudável e, muitas vezes, sem acesso à educação alimentar e nutricional para poder ter o poder de escolha. Essas mesmas crianças nasceram em um século em que o sobrepeso e a obesidade, infelizmente, estão presentes em grande parte da nossa população.

   Quando falamos em insegurança alimentar e nutricional, nos referimos a situações em que não há acesso a uma alimentação nutritiva, principalmente com o excesso de alimentos ultra processados, podendo gerar riscos nutricionais como: desnutrição, sobrepeso e obesidade. Pensando em analisar os índices de insegurança alimentar e o estado nutricional das crianças brasileiras, uma pesquisa realizada pelo ENANI (Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil) em 2019, ano pré-pandêmico, mostrou que 47,1% dos lares com crianças menores de 5 anos apresentaram algum grau de insegurança alimentar, estando 36,8% desses lares concentrados na região Sul. Ao analisar o estado nutricional das crianças, em um contexto de sobrepeso e obesidade, 22,2% delas foram avaliadas com risco de sobrepeso, 8,5% com sobrepeso e 3,4% com obesidade.

   Refletindo sobre esses dados e pensando que foram coletados em um ano em que ainda não existia uma pandemia, será que esses índices mudariam se a pesquisa fosse realizada nos últimos dois anos? O percentual de crianças obesas seria maior ou menor? Ao analisar o estado nutricional de uma criança, não podemos olhar apenas para ela. Precisamos entender sua rotina, seus hábitos e, principalmente, seu contexto social e familiar. É necessário compreender que sobrepeso e obesidade infantil estão altamente relacionados com o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis, como: hipertensão e diabetes mellitus tipo 2. Essas doenças podem surgir durante a vida adulta, mas também, nos casos em que não há mudança na alimentação e rotina, até mesmo serem diagnosticadas ainda na infância.

   Mas como prevenir a obesidade infantil? Para obtermos as respostas dessa pergunta, é necessário compreender primeiramente a sua importância. Essencial falar sobre o que é uma alimentação saudável e, também, fazer com que os adultos (principalmente os pais) entendam que a alimentação saudável e atividade física devem ser a base para uma geração saudável. Os pais devem ser exemplos para as crianças e precisamos ter disponível “comida de verdade”, reduzir o consumo de ultra processados, descascar mais os alimentos em vez de desembalar pacotes plásticos, muitos deles com desenhos famosos e superatrativos para o público infantil.

   A saúde das nossas crianças depende de nós, adultos. Depende das nossas escolhas, da nossa base alimentar. O futuro da geração está em nossas mãos.

 

 

* Nutricionista clínica materno-infantil - São Leopoldo/RS

Formada pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos em 2021

Nutricionista escolar

Consultora em Amamentação

Consultora em Amamentação pelo Instituto Mame Bem


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