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Dia Mundial do Diabetes


Data de Publicação: 14 de novembro de 2022


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Nutricionista Olívia Koller
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     O Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro, é uma iniciativa da Federação Internacional de Diabetes (IDF) junto à Organização Mundial da Saúde (OMS), e tem por objetivo conscientizar a população sobre os problemas associados à doença e os cuidados que devem ser tomados para sua prevenção. 

     O diabetes melito é um dos problemas de saúde pública de crescimento mais rápido do século 21. De acordo com o IDF, em 2021, a doença atingiu cerca de 537 milhões de pessoas no mundo. A previsão para 2045 é que este número chegue a 783 milhões de pessoas. 

     Caracterizado por uma condição de hiperglicemia sustentada, o diabetes ocorre quando o corpo não consegue produzir insulina de forma suficiente ou não consegue usar efetivamente a insulina que produz. As suas complicações constituem as principais causas de mortalidade precoce na maioria dos países.

     O adequado controle glicêmico, lipídico e de níveis pressóricos é considerado o alvo do tratamento do paciente com diabetes, que necessita de cuidado multidisciplinar (preferencialmente com equipe composta  por médico, nutricionista, enfermeiro,  psicólogo, educador físico, entre outros), a fim de estabelecer um equilíbrio entre terapia medicamentosa, autogerenciamento do diabetes, apoio psicossocial, atividade física e alimentação. 

     Ainda, o tratamento depende da adesão do paciente às combinações propostas. Por esse motivo, as estratégias e o plano de tratamento devem ser construídos junto ao paciente, buscando torná-lo autônomo no seu processo de autocuidado. 

Nutricionista Olívia Koller CRN-2 15.873

     Nesse contexto, a nutrição desempenha papel essencial, pois é responsável por guiar o paciente no processo de escolhas alimentares. A orientação nutricional, indicada para todos os indivíduos com diagnóstico de diabetes, é fundamental para controle ou manutenção das metas glicêmicas, manutenção do peso corporal, melhora dos fatores de risco cardiovascular e redução das complicações micro e macrovasculares associadas à doença.

     De acordo com as diretrizes nacionais e internacionais, não existe um padrão alimentar único e específico indicado para estes pacientes. As recomendações nutricionais são semelhantes às das pessoas saudáveis e estão em sintonia com o Guia Alimentar para a População Brasileira, que visa estimular o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis e duradouros, por meio  de uma alimentação variada e equilibrada. 

     A abordagem nutricional tem como foco o indivíduo, que deve ser colocado no centro do cuidado, e não deve ter caráter apenas prescritivo. Por outro lado, deve abordar a mudança de comportamento, a prontidão do paciente para estas alterações, o contexto em que está inserido, o prazer e fatores psicossociais envolvidos na alimentação, bem como as razões, onde e como os indivíduos se alimentam.

     Ainda, o trabalho do nutricionista deve ser pautado na proposta de desconstruir o senso comum gerado pelo excesso de informações sobre o que se pode ou não pode comer, de que existem comidas “permitidas vs. proibidas” ou “vilãs vs. mocinhas”. Esse tipo de visão da nutrição desconsidera a autonomia do indivíduo sobre a sua alimentação e dificulta a adesão a um planejamento saudável. Em vez disso, o profissional deve focar na qualidade dos alimentos e estimular o prazer, preparo e consumo de comida caseira, assim como a redução do consumo de alimentos ultraprocessados

     Ao invés de classificar a comida entre “boa” ou “ruim”, que tal guiar o paciente no processo de escutar, entender e acolher suas necessidades e criar um ambiente mais acolhedor para a alimentação?

Vale ressaltar

É importante que, enquanto profissionais de saúde, estejamos sempre buscando formas de realizar uma comunicação mais assertiva e neutra de julgamentos. Por esse motivo, no dia a dia, procure substituir o termo “paciente diabético” por “pessoa com diabetes”.

A forma como nos comunicamos tem o potencial de aproximar ou afastar, incluir ou excluir, demonstrar respeito ou estigmatizar. A comunicação e a opção de palavras utilizadas durante o atendimento, ou até mesmo em posts nas redes sociais, determinam a motivação, o engajamento, o comportamento e as escolhas do paciente durante o tratamento, refletindo-se na qualidade de vida e resultados clínicos. 

 

Sugestão de leitura: “Linguagem Importa! Atualização de Linguagem para Diabetes, Obesidade e outras Condições Crônicas de Saúde”, lançado em 2022 durante o Fórum Intersetorial para Combate às Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) no Brasil.

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Referências

AMERICAN DIABETES ASSOCIATION (ADA). Standards of Medical Care in Diabetes. Diabetes Care, v. 43, n. 1, 2022.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed., Brasília: Ministério da Saúde, 2014.

INTERNATIONAL DIABETES FEDERATION (IDF). Diabetes Atlas: 10th edition. 2021. Disponível em: https://diabetesatlas.org/en/. Acesso em: Agosto de 2022.

PARK, M. et al. Pathways of the relationships among eating behavior, stress, and coping in adults with type 2 diabetes: A cross-sectional study. Appetite, v. 131, p. 84-83, 2018.

RAMOS, S. et al. Terapia Nutricional no Pré-Diabetes e no Diabetes Mellitus Tipo 2. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (2022). DOI: 00000, ISBN: 978-65-5941-622-6.

 


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