Nutrição e saúde da pessoa idosa
Data de Publicação: 1 de outubro de 2024
Crédito da Matéria: Assessoria de Comunicação CRN-2
Fotos: Assessoria de Comunicação CRN-2
Fonte: Melissa Côrtes da Rosa
No Dia Nacional do Idoso, celebrado em 1º de outubro, reforçamos a importância dos cuidados com a saúde dessa população, cuja expectativa de vida tem aumentado significativamente. Nesse contexto, a alimentação desempenha um papel fundamental na promoção de uma vida longa e saudável. A nutricionista Melissa Rosa (CRN-2 6250)* traz orientações essenciais sobre a nutrição de pessoas idosas, com foco nas necessidades específicas e nas estratégias para garantir qualidade de vida nessa fase.
Nutrição e Saúde da Pessoa Idosa
À medida que envelhecemos, ocorrem mudanças fisiológicas importantes que influenciam nossas necessidades nutricionais. Essas alterações incluem a redução da massa muscular, aumento e redistribuição de gordura, queda do metabolismo, e uma maior necessidade de nutrientes como proteínas, vitamina D e cálcio, além de atenção especial à vitamina B12. Assim, nutricionistas que atuam com a população 60+ precisam estar atentos às necessidades específicas desse grupo.
Sarcopenia e Consumo de Proteínas
A perda de massa muscular, acompanhada pela redução da funcionalidade, é conhecida como sarcopenia. Ela é uma das maiores preocupações do envelhecimento, pois pode levar a quedas, fraturas e perda de independência. O consumo adequado de proteínas, aliado à prática de exercícios físicos, é crucial para prevenir essa condição, ajudando na síntese de novas fibras musculares e na manutenção da força. As melhores fontes de proteínas incluem carnes magras, peixes, ovos, laticínios (iogurte, queijo) e fontes vegetais, como leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico). Além da quantidade, é essencial distribuir o consumo proteico ao longo do dia, nas três principais refeições, para maximizar os benefícios. Suplementos só devem ser recomendados após avaliação nutricional e quando a ingestão adequada não for possível.
Hidratação e Saúde dos Idosos
A hidratação é fundamental para a saúde dos idosos, pois, com o envelhecimento, a sensação de sede diminui, aumentando o risco de desidratação. Estratégias para garantir a ingestão adequada de líquidos incluem a definição de horários para a hidratação durante o dia, com uma oferta de 30 ml/kg de peso corporal. Variedades como água saborizada, chás de frutas, sopas e frutas ricas em água, como laranja e melancia, também ajudam a manter o aporte hídrico necessário.
Doenças Crônicas e Adaptações Alimentares
Muitos idosos convivem com doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e disfagia, que demandam adaptações na dieta, como a redução do consumo de sal e açúcar ou a alteração da consistência dos alimentos. No entanto, essas restrições não precisam comprometer o sabor ou a qualidade nutricional. No caso do sal, pode-se usar sal de ervas (mistura de sal com ervas frescas ou secas). Especiarias como pimenta, cúrcuma e gengibre também ajudam a realçar o sabor dos alimentos. Para reduzir o consumo de açúcar, frutas frescas e secas podem adoçar naturalmente refeições e sobremesas. Na adaptação da consistência dos alimentos, opções como purês e sopas, além de utensílios atraentes, ajudam a tornar a alimentação mais agradável, sem abrir mão do valor nutricional.
Micronutrientes Essenciais para Idosos
Alguns micronutrientes são especialmente importantes para a saúde dos idosos, como vitamina D, cálcio, vitamina B12 e antioxidantes (vitaminas C e E). O cálcio e a vitamina D são essenciais para a saúde óssea e muscular, prevenindo ou tratando a osteoporose. A vitamina B12, cuja absorção pode estar comprometida nos idosos, é crucial para a função cognitiva e a saúde do sistema nervoso. É possível garantir o consumo adequado desses nutrientes com uma alimentação variada, que inclua alimentos fortificados, vegetais de folhas verdes, ovos, peixes e suplementos, quando necessário.
Alimentação e Saúde Cognitiva
A alimentação também tem um papel vital na saúde cognitiva dos idosos, contribuindo para a prevenção de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. Nutrientes como o ômega-3, presente em peixes gordurosos (salmão, sardinha), têm demonstrado benefícios para a preservação da função cerebral. Antioxidantes, encontrados em frutas vermelhas e vegetais, ajudam a combater o estresse oxidativo, que está associado ao declínio cognitivo. Uma maior ingestão de alimentos ricos em vitamina E, como manga, mamão, abacate, tomate, pimentões vermelhos e espinafre, está associada a uma menor incidência de Alzheimer. Manter uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis, além de controlar doenças crônicas como diabetes, hipertensão e obesidade, são orientações fundamentais para uma boa saúde cerebral.
A alimentação adequada à idade é essencial para promover uma vida saudável e ativa para pessoas 60+, contribuindo para uma melhor qualidade de vida em todas as fases do envelhecimento.
*Melissa Côrtes da Rosa é nutricionista (CRN-2 6250), doutora em Gerontologia Biomédica e Especialista em Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Gerontologia e Geriatria (SBGG)