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Saúde digestiva e qualidade de vida


Data de Publicação: 29 de maio de 2021
Crédito da Matéria: Mônica Meirelles D. de Barcellos CRN-214944


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     Maio é o um mês com campanhas de promoção da saúde, com atenção sobre o intestino, o sistema digestivo, o corpo e a nossa vida. As campanhas do "Maio Roxo” como o Dia Mundial da Saúde Digestiva – celebrado em 29 de maio, possibilitam a conscientização sobre a relevância do cuidado com a saúde intestinal. A data foi instituída pela Organização Mundial de Gastroenterologia (WGO) para mobilizar e orientar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce de doenças do aparelho digestivo.

   A saúde digestiva e a qualidade de vida têm sido alvos de estudos, principalmente nos últimos anos. As evidências apontam que não existem atalhos para a saúde, todavia, uma mudança geral na alimentação pode nos ajudar a digerir melhor os alimentos e equilibrar a microbiota intestinal fortalecendo o intestino e, consequentemente, proporcionar qualidade de vida.

   O sistema digestivo inclui muitos órgãos e se interrelaciona com todos os outros sistemas do organismo. O sistema digestivo é considerado o segundo cérebro – as bactérias intestinais podem regular o desenvolvimento, a função e o comportamento cerebral por meio das vias de sinalização imunológica, endócrina, metabólica e neural, bem como sintetizar grande parte dos neuroquímicos essenciais às funções orgânicas, por exemplo, o sistema serotoninérgico, que desempenha papel fundamental na regulação da atividade emocional.

   A dieta, entre outros fatores, pode afetar a microbiota intestinal, o metabolismo, a imunidade e também o nosso cérebro. As bactérias intestinais são as responsáveis por metabolizar os alimentos, fermentando os carboidratos não digeríveis (fibras) e produzindo compostos importantes à nossa saúde, como os ácidos graxos de cadeia curta (AGCC).

   Uma dieta rica em fibras pode trazer vários benefícios à saúde, como a diminuição de risco para diversas doenças (como o câncer de cólon), redução de níveis de colesterol, proteção contra infecções.

   A incidência de doenças inflamatórias intestinais (DIIs) triplicou nos últimos anos e estima-se que, aproximadamente, 160 mil brasileiros convivam com essas patologias que costumam acometer pacientes jovens causando comprometimento da qualidade de vida, principalmente se não tratadas adequadamente.

   As DIIs são doenças de origem autoimune, de causa desconhecida, decorrentes da interação entre predisposição genética, o meio ambiente e as bactérias intestinais. Porém, deve-se ressaltar que nenhum desses fatores sozinhos provocam o surgimento da doença.

   Recentemente a obesidade foi reconhecida como uma doença pandêmica, explicada, em parte, pelo estilo de vida e dieta ocidental, que inclui, além de comer grandes porções, ricas em gorduras saturadas e açúcares refinados, hábitos sedentários e está relacionado a múltiplas outras comorbidades.

   Nos últimos anos, a microbiota intestinal foi associada aos aspectos fisiopatológicos envolvidos na obesidade que afeta a saúde intestinal e a microbiota gerando inflamação no corpo. Novos estudos estão em desenvolvimento para explicar essa relação e, no futuro, a modulação da microbiota intestinal pode ser escolha terapêutica para a obesidade.

   Modular a inflamação é muito importante para proporcionar qualidade de vida. Como responsáveis pelo tratamento de desordens inflamatórias, sabemos como a alimentação - com a ingestão de flavonóides, curcuminóides e outros compostos -, além de mudanças no estilo de vida e hábitos, são pilares fundamentais na prevenção e tratamento das doenças inflamatórias intestinais.

   Cultivar bons hábitos todos os dias é o que vai ajudar a regular o organismo, aumentar a imunidade, e proporcionar mais saúde.

   Podemos modular a inflamação com a implementação e adesão a alguns hábitos que são muito importantes para o bom funcionamento do intestino, como:

          - Beber pelo menos 2 litros de água ao longo do dia. Não tem como fugir, sem água as fezes ficam endurecidas.

          - Mastigar bem, até formar uma pasta com o alimento, em média 30 vezes.

          - Consumir pelo menos 25 a 30 g de fibras por dia. Para alcançar isso, é necessário consumir aproximadamente 3 porções por dia de frutas, 2 porções de legumes e folhosos. Insira também de 2 a 4 colheres de sopa de sementes como linhaça, chia, abóbora ou girassol. Uma maneira de facilitar a adesão é iniciar o dia com preparações como mingaus, vitaminas, batidas ou shakes incluindo frutas, vegetais e sementes.

          - Evitar gorduras saturadas, alimentos ultra processados, açúcar e a exposição a xenobióticos. Por exemplo, não consumir nem mesmo partes distantes do alimento com bolor, ele pode estar contaminado.

          - Prezar pelo sono de boa qualidade e em quantidade suficiente para descansar.

          - Restringir o uso de medicamentos apenas aos necessários ao tratamento prescrito pelo médico.

          - Fazer exercícios, eles ajudam a movimentar o intestino.

          - Não fumar e não abusar do álcool.

          - Cultivar a espiritualidade e o contato com a natureza.

   Precisamos olhar para a saúde e para as doenças em toda a sua amplitude e complexidade. Faça exames, tenha uma boa alimentação, faça terapia, procure não acumular estresse, e foque em atividades físicas e relaxantes.

Procure um nutricionista e cuide da sua saúde intestinal, comece dando o primeiro passo.


 

Nutricionista Mônica Meirelles D. de Barcellos CRN-214944
- Nutricionista formada pela PUCRS;
- Aperfeiçoamento em Nutrição Clínica Geral Adulto PICCAP / Hospital de Clínicas de POA;
- Pós-graduada em Comportamento Alimentar / IPGS;
- Curso extensivo de Fitoterapia aplicada a Nutrição Funcional / VP NUTRIÇÃO FUNCIONAL;
- Ministrante de Palestras e Workshops de Gastronomia e Oficina de Kombucha;
- Formação em Modulação Intestinal I / Professor Murilo Pereira
- Capacitação em Nutrição na Saúde Intestinal e da Microbiota (Gabriela Port/FUNCIONE);
- Aperfeiçoamento com a nutricionista Melissa Suarez (Rest. RAW) no curso de Alimentação Viva;
- Aperfeiçoamento em curso técnico de Naturopatia - Radiestesia, Florais, Fitoterapia/Inst. Ponto de Luz POA;
- Aperfeiçoamento em curso de Nutrição e Metabolismo pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA);
- Aperfeiçoamento em Nutrição Comportamental (Nutrissoma e com Sophie Deram - CONBRAN/2017);
- Terapeuta floral com especialização em Florais de Bach pela Practionery do Bach Center de Londres - Luciana Moura (Use Florais) – 2015.

 

 


 

Fontes:

 

Cartilha GEDIB https://mla.bs/df15d7cd e https://mla.bs/e842bdf0

Doenças inflamatórias intestinais triplicaram nos últimos anos, 2019, https://www.medicina.ufmg.br

Gasparini, Rodrigo Galhardi, Incidência e Prevalência de Doenças Inflamatórias Intestinais no Estado de São Paulo – Brasil http://hdl.handle.net/11449/152905

Enders, Giulia, Enders, Jill, Jannini, Karina, O discreto charme do intestino, WMF Martins Fontes, 2017

Collen, Alanna, 10% humano, 1.ed. - Rio de Janeiro: Sextante, 2016


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